Governo de MG amplia parceria com os EUA

O governo de Minas Gerais formalizou ontem um acordo para dar continuidade à parceria com os Estados Unidos. O memorando de investimentos, assinado pelo governador Romeu Zema e o encarregado de negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff , prevê que o país norte-americano colabore com o desenvolvimento de ao menos seis áreas do Estado: ciência e tecnologia, comércio e investimentos, educação, meio ambiente, saúde e segurança pública. 

Durante a cerimônia de oficialização não houve, no entanto, o detalhamento de projetos que serão celebrados. Conforme avaliou o governador de Minas Gerais, o acordo é mais uma iniciativa para que a atração de investimentos siga em destaque em seu mandato: “Para nós é uma satisfação enorme darmos mais esse passo no sentido de estreitarmos o nosso relacionamento através deste memorando de entendimentos. As nossas trocas comerciais têm crescido a velocidade bem superior a qualquer outra, equivalente a 30% ao ano, e queremos que isso continue. Nós temos muito o que oferecer, e os Estados Unidos também”, afirmou Romeu Zema. 

O dado citado pelo chefe do Executivo é referente aos resultados das relações bilaterais dos governos. De acordo com o balanço da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), somente no ano passado Minas Gerais exportou aos Estados Unidos US$ 2,5 bilhões em produtos, sendo o principal deles o café. O crescimento em relação a 2020 foi de 37%. Em contrapartida, o Estado importou US$ 1,6 bilhão em produtos, com destaque para as hulhas de carvão. No caso das importações mineiras de materiais advindos dos EUA, o crescimento no comparativo dos anos de referência foi de 38,5%. 

Ainda que o café e o carvão sejam destaques nas relações entre o Estado e aquele país, a subsecretária de Promoção de Investimentos e Cadeias Produtivos da Sede, Kathleen Garcia, citou, ainda, que as relações extrapolam os produtos. Ela lembrou, por exemplo, que os EUA intensificaram as relações principalmente no momento em que Minas Gerais atravessava a fase mais intensa da Covid-19, com a disponibilização, por exemplo, de respiradores, máscaras, luvas e ventiladores, além de uma tenda do exército americano para a montagem de hospital de campanha – esta que não chegou a ser utilizada. 

 “É interessante notar que temos uma pauta muito diversificada, mas temos muito espaço para muito mais em termos comerciais e de outros tipos de relacionamento. Aqui, em Minas Gerais, nos últimos cinco anos tivemos investimentos americanos de cerca de US$ 300 milhões. E espero que com esse documento possamos intensificar ainda mais essa relação”, afirmou Kathleen Garcia. 

Áreas de colaboração

O encarregado de negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff, ressaltou que a expectativa agora é de formação de um grupo de trabalho para mapear os detalhes para fortalecer a cooperação e identificar os projetos que podem ser feitos em conjunto. “Este memorando vem de nosso desejo de continuar criando oportunidades para os mineiros e de explorar o potencial para uma colaboração mais profunda com o Estado. Estamos hoje assumindo o compromisso compartilhado de continuar buscando e desenvolvendo projetos de interesse mútuo”, disse Koneff. 

Para exemplificar como a parceria pode contribuir com o Estado em outras áreas, além daquelas relacionadas aos investimentos diretos, Koneff citou o TransformAção. A iniciativa, custeada pela Embaixada dos Estados Unidos e realizada pelo Governo, formou mulheres vítimas de violência doméstica em diversas profissões enquanto incentivo para a geração de renda e a independência financeira. Ele citou, ainda, que institutos de educação e tecnologia podem impulsionar o Estado nos esforços relacionados ao desenvolvimento de infraestrutura moderna e descarbonizada. 

Especificamente sobre infraestrutura, o governador Romeu Zema declarou que os investimentos em Minas Gerais devem crescer neste ano, já que não só a captação de recursos externos e privados está em curso. O avanço deve ser visto por meio da abertura de leilões de concessões de rodovias estaduais. Conforme informou o chefe do executivo, apesar de não indicar a data, o primeiro lote dos sete previstos está próximo de ser lançado.