Ibovespa fecha em alta, mas tem perda na semana com ajustes sobre juros nos EUA

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,25%, a 127.635,65 pontos

19 de janeiro de 2024 às 19h17

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Crédito: Adobe Stock

São Paulo – O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, mas contabilizou uma performance negativa no acumulado da semana, pressionado particularmente por ajustes nas expectativas relacionadas a cortes de juros nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,25%, a 127.635,65 pontos, após perder mais de 3% nos três pregões anteriores. Na semana, teve uma perda de 2,56%, na terceira queda semanal seguida.

Na máxima do dia, chegou a 127.820,13 pontos. Na mínima, caiu a 126.533 pontos, menor patamar intradia desde meados de dezembro do ano passado.

O volume financeiro somou R$ 27,5 bilhões, ajudado pelas operações relacionadas ao vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista.

Dados recentes mostrando uma economia norte-americana robusta desencadearam revisões nas apostas sobre quando o Federal Reserve começará a reduzir a taxa, com alguns já avaliando uma queda em março como uma visão muito otimista.

Os contratos futuros de juros nos EUA apontavam nesta sexta-feira que operadores enxergavam uma chance de cerca de 49% de um corte em março, bem abaixo dos 77% da semana passada.

Esses ajustes afetaram particularmente mercados emergentes, como o Brasil. No mês, o índice MSCI para emergentes contabiliza perda de 6%. Em Nova York, o S&P 500 sobe 1,5%. O Ibovespa registrava baixa de 4,9%.

Dados da B3 de janeiro endossam a percepção de menor apetite, uma vez que mostram saldo negativo de capital externo de R$ 59,3 milhões até o dia 17. Nos primeiros pregões desta semana, houve saída líquida de mais de R$ 2 bilhões.

“Apesar da inflação norte-americana estar em trajetória de queda, dados recentes têm reforçado a resiliência da atividade do País, o que abre espaço para que haja uma queda de juros mais parcimoniosa pelo Fomc”, afirmou a equipe da corretora Commcor.

“Falas durante a semana de dirigentes do Fed tem ido nesse sentido, reduzindo as apostas do mercado em cortes de juros mais robustos durante o ano”, acrescentou em relatório a clientes.

Nesta sexta-feira, a presidente do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly, disse que sente que há “muito trabalho a fazer” para trazer a inflação de volta à meta de 2% e que é “prematuro” pensar que o corte nos juros está muito próximo.

Em Wall Street, os pregões voltaram a fechar no azul, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA recuava no final da tarde, a 4,1283%, o que ajudou o Ibovespa.

Uma pesquisa da XP com assessores filiados à sua plataforma entre 4 e 10 de janeiro também mostrou que a proporção de clientes que investem mais de 25% do seu porfólio em ações aumentou para 24%, ante 22% na consulta realizada em dezembro.

Destaques

– GOL PN avançou 6,02%, a R$ 7,04, acompanhada pela AZUL PN , que se valorizou 3,88%, a R$ 13,11, com as duas experimentando uma trégua na pressão vendedora. Na semana até a véspera, Gol perdia 12,6% e Azul caía 9,7%.

– ELETROBRAS ON subiu 1,63%, a R$ 41,71, reagindo após acumular uma queda de 5,6% nos últimos três pregões, apesar de novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera à privatização da elétrica, classificando o processo como “escárnio”. Em paralelo, o índice do setor elétrico na B3 encerrou com acréscimo de 0,1%.

– BANCO DO BRASIL ON fechou em alta de 1,05%, a R$ 55,92, contribuindo positivamente, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,24%, a R$ 32,94, e BRADESCO PN perdeu 0,19%, a R$ 15,64.

– VALE ON caiu 1,30%, a R$ 68,10, mesmo com nova alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, enquanto agentes continuam monitorando ruídos envolvendo planos do governo para que o ex-ministro Guido Mantega assuma o comando da mineradora. Nos 14 pregões deste ano na B3, as ações da mineradora fecharam em baixa em 13 deles, acumulando no período queda de 11,79%, equivalente a uma perda da R$ 41,3 bilhões em valor de mercado.

– PETROBRAS PN recuou 0,53%, a R$ 37,53, acompanhando o fechamento negativo dos preços do petróleo no exterior, onde o contrato Brent encerrou em baixa de 0,68%. No setor, PRIO ON cedeu 0,34%, enquanto 3R PETROLEUM ON subiu 0,58% e PETRORECONCAVO ON apurou acréscimo de 2,09%, com agentes financeiros ainda repercutindo sugestão de fusão dos ativos onshore de ambas as companhias.

– LWSA ON terminou em baixa de 2,04%, a R$ 5,76, tendo como pano de fundo relatório de analistas do Bank of America reiterando recomendação de compra para os papéis, mas reduzindo o preço-alvo de 8 para R$ 7,50. Os analistas também cortaram suas previsões para a receita líquida, o Ebitda reportado e o lucro líquido da companhia em 2024. Mas afirmaram que investidores devem receber bem os resultados do quarto trimestre de 2023.

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