Faemg e produtores: uma parceria de 70 anos

7 de julho de 2021 às 0h29

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Faemg coleciona inúmeras histórias de apoio e estímulo a produtores de Minas | Crédito: Graziela Reis/Sistema Faemg

O acesso a informações, assistência técnica e capacitação tem mudado a vida de muitos produtores rurais em Minas Gerais, que, além de melhorar a qualidade dos produtos, estão conseguindo ampliar o mercado atendido. Após participar de vários cursos e feiras promovidos pelo Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), os produtores de frutas vermelhas Rosana Ribeiro Tavares do Lago e Luiz Antônio do Lago conseguiram tornar a produção lucrativa, e, hoje, a demanda pelas frutas é maior que a capacidade produtiva.

De acordo com Luiz Antônio, que produz as frutas vermelhas e derivados no Sítio Juranda, em Campestre, no Sul de Minas, a mudança positiva nos rumos dos negócios só foi possível devido ao acesso a cursos e capacitações oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Estado de Minas Gerais (Senar Minas), parte integrante do Sistema Faemg.

A oportunidade de comercializar a produção nos eventos promovidos pela Faemg também foi essencial para a divulgação e abertura de novos mercados para as frutas vermelhas.

Hoje, 7 de julho, aliás, é um dia muito importante para o Agronegócio estadual. Nesta data, em que é comemorado o Dia do Produtor Rural Mineiro, celebram-se também os 70 anos do Sistema Faemg, entidade que, segundo os  produtores rurais, atua em prol da representatividade dos interesses do setor agropecuário no Estado. 

E para festejar as sete décadas de existência da entidade, será realizada, às 18h30 de hoje, uma live com o presidente do Sistema Faemg, Roberto Simões. 

O trabalho feito pela Faemg é considerado importante para o desenvolvimento e o sucesso dos produtores mineiros. “Através dos diversos cursos e da oportunidade de participar das feiras da Faemg, conseguimos melhorar nossa produção e abrir mercado. Hoje, o volume que produzimos não atende nem 2% da demanda que recebemos. Só tenho a agradecer a oportunidade que nos foi dada pela Faemg”, disse Luiz.

O produtor rural explica ainda que a diversidade de cursos oferecidos foi importante para a estruturação de todo o processo produtivo. Os cursos feitos abordaram desde os cuidados com o solo, passando pelo manejo, pós-colheita, boas práticas, até técnicas de comercialização para aumentar as vendas, atuação no mercado e gestão.

“As feiras promovidas pelo Senar foram o marketing perfeito. A partir delas, conseguimos mostrar a nossa qualidade para o mercado e passamos a participar de diversas outras feiras. Esta oportunidade fez diferença”, contou.

Rosana e Luiz conseguiram tornar produção de frutas vermelhas lucrativa com capacitações no Senar Minas | Crédito: Divulgação

Convite para exportar 

Com a estruturação tanto da produção de framboesa, amoras e derivados como da gestão, a qualidade das frutas passou a ser conhecida no País e no exterior. Apesar de não exportar, Luiz já recebeu propostas do Canadá, Emirados Árabes e África do Sul e também de grandes supermercados com atuação no País. Atualmente as frutas, polpas e geleias do Sítio Juranda são vendidas em cerca de 100 empórios.  

“Com os cursos, conseguimos nos profissionalizar. Nossas frutas são conhecidas até fora do País. Não fechamos contratos de exportação porque não damos conta de atender. Mesmo com a demanda muito alta, não temos planos de ampliar a produção, já que estamos muito focados na qualidade”.

O sucesso alcançado pela família Lago também é resultado da política adotada pelo Sistema Faemg, que busca representar os interesses dos produtores rurais mineiros e promover a valorização dos produtos do campo. De acordo com o presidente do Sistema Faemg, é importante destacar que nos 70 anos da entidade os trabalhos sempre foram em prol do produtor rural.

“Trabalhamos ao longo dos anos sempre em prol dos produtores rurais e de suas famílias através das três entidades que compõem o sistema, que é a Faemg, o Senar Minas e o Instituto Antônio Ernesto de Salvo (Inaes). Foram anos de muitas realizações, sempre procurando junto aos sindicatos, que representam nossos produtores, fazer o trabalho para o progresso e modernização, visando à tecnificação da nossa produção agropecuária, que é uma das mais diversificadas e sólidas do País”, destacou.

Ainda segundo Simões, além da defesa dos direitos, a Faemg tem o objetivo de levar ao campo serviços que auxiliem na tarefa de estar sempre promovendo os produtores.

“Nosso objetivo é atender os produtores para que eles tenham uma produção rentável, significativa, que abasteça nosso Estado e também o País. Que seja sustentável dentro daquilo que exige hoje todo o sistema mundial de conservação da natureza. Estamos muito orgulhosos de comemorar os 70 anos da Faemg, sempre com o trabalho de respeito, união e promoção da nossa produção rural”, disse Simões.

Programas ajudam em avanço dos negócios

As dificuldades na produção de leite e a baixa remuneração gerada pelos negócios quase fizeram com que a pecuarista Maria do Carmo Mendes dos Santos Cardoso e o marido, José Antônio Cardoso, desistissem da produção. Porém, o casal passou a receber assistência técnica pelo programa Balde Cheio e os resultados melhoraram.

Através do Balde Cheio, programa que é conduzido em Minas pela Faemg, a produção do Sítio Terra Nova, em Paracatu, saiu de 70 litros ao dia para o pico de 200 litros ao dia. Os técnicos do programa estão capacitados para orientar os produtores sobre a importância de uma boa gestão da propriedade, na tomada de decisões, solucionando gargalos e otimizando as unidades produtoras.

Com a melhoria da gestão e o controle dos recursos e dos custos de produção, a unidade se tornou eficiente. “A produção de leite estava muito difícil e quase desistimos. Com a assistência técnica que recebemos conseguimos melhorar a produtividade e a lucratividade. Nossa produtividade ficava em torno de 70 litros por dia e com a implantação das técnicas conseguimos atingir um volume máximo de 200 litros. Tivemos a perda de alguns animais e, por isso, nossa produção hoje está próxima a 100 litros dia, mas estamos planejando recompor o rebanho em breve”, explicou Maria do Carmo.

Ainda segundo a produtora, com a pandemia de Covid-19, o mercado para o produto foi afetado de maneira negativa, com queda dos preços do leite e aumento dos custos. “A situação está bem difícil, mas como desenvolvemos nossa gestão com o apoio do Balde Cheio, estamos sobrevivendo. A assistência que recebemos da Faemg foi importante. Recebemos muitas orientações, aprendemos muitas coisas, desde o manejo do rebanho, da pastagem, até a gestão da propriedade”, disse.

Dárcio Chagas iniciou produção de bananas após prejuízos com greening | Crédito: Divulgação

SuperAção – As ações do Sistema Faemg para ajudar os produtores mineiros a superarem os desafios também abrangem aqueles que de alguma forma foram impactados pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Através do Programa SuperAção Brumadinho, desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), estão sendo atendidos cerca de 480 produtores e 70% dos atendidos já voltaram a registrar melhora nos negócios.

Um dos produtores atendidos é Dárcio do Carmo Chagas, que, junto com o irmão, Matias Machado do Carmo, cuida do Sítio Jordão, no distrito de Barreiras. Com o rompimento da barragem da Vale, o mercado atendido pelos produtores foi prejudicado. Além disso, a propriedade, que era produtora de ponkan, foi afetada pelo greening, sendo necessária a erradicação da produção. Após o problema, Dárcio decidiu investir na produção de bananas, sendo pioneiro na região. 

Após implantar a primeira área, que teve custos bem elevados, com a ajuda da assistência técnica, o produtor plantou mais uma área, que está consorciada com batata-doce. A comercialização das batatas proporcionou o custeio de 50% dos gastos com a nova área de bananas.

“Não tinha experiência na produção de bananas e com a assistência que venho recebendo do projeto desenvolvido junto à Faemg tenho alcançado resultados positivos. Recebemos orientações sobre adubação correta, análise do solo, controle de doenças, usos correto de agrotóxicos, por exemplo. Está sendo muito importante e tenho uma expectativa muito boa. Os técnicos também me ajudam na parte gerencial e financeira da lavoura. Sem esta ajuda, que é gratuita, minha situação estaria bem difícil”, disse  Dárcio do Carmo Chagas.

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