Dez por cento dos negócios migraram para internet

17 de julho de 2021 às 0h20

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Os MEIs são os que mais utilizam a internet como meio exclusivo para promover e comercializar seus produtos e serviços | Crédito: Pixabay

Um em cada 10 donos de pequenos negócios de Minas Gerais decidiu fechar definitivamente seu estabelecimento físico durante a pandemia e atuar apenas na internet para divulgação e vendas, de acordo com a pesquisa Marketing Digital nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae Minas.

O estudo mostra ainda que metade dos empreendedores acredita que usar a internet para divulgar ou vender seus produtos e serviços foi essencial para a sobrevivência do negócio ao longo do último ano. O levantamento ouviu 1.160 proprietários de pequenos negócios entre os dias 8 e 20 de maio.

De acordo com a pesquisa, seis em cada 10 empreendedores divulgam ou vendem pela internet, enquanto dois em cada 10 realizam essas atividades exclusivamente nos meios digitais. “Chama a atenção o fato de cerca de um terço dos empreendedores ainda não utilizar a internet para divulgar ou vender”, aponta a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Paola La Guardia.

O levantamento também mostra que 43% dos empreendedores já utilizavam a internet para divulgação e 38% para vendas antes da pandemia, e que 20% e 19% começaram a usar a internet para divulgar e vender, respectivamente, após a decretação das medidas de isolamento social.

As mulheres utilizam mais o marketing digital: 71%, contra 62% dos homens. “Antes da pandemia, as mulheres já utilizavam mais a internet do que os homens para divulgação e, durante a pandemia, elas aderiram mais ao marketing digital”, complementa Paola La Guardia.

O uso do marketing digital pelos empreendedores aumenta conforme a idade diminui. Entre os mais jovens, com até 30 anos, 70% divulgam ou vendem pela internet e 26% promovem e comercializam seus produtos e serviços exclusivamente pela web. Já entre os empreendedores com 51 anos ou mais, esses percentuais são de 58% e 16%, respectivamente.

Por porte, os MEIs são os que mais utilizam a internet como meio exclusivo para promover e comercializar seus produtos e serviços (24%). Esse percentual é de 17% e 15% para micro e pequenas empresas, respectivamente.

Já entre os setores, o que menos está utilizando a internet para o marketing digital é a Construção Civil. Cerca de metade (47%) dos estabelecimentos desse setor não usam a web nem para divulgar nem para vender. Já o Comércio é o setor mais atuante no marketing digital (71%).

Aprimoramento e limitaçõesA maioria (69%) dos empreendedores que já divulgavam pela internet antes da pandemia afirma que melhoraram suas estratégias ou intensificaram o uso da web para esse propósito nesse período. Dentre os que já vendiam pela internet, 43% afirmaram que suas vendas pela internet aumentaram durante a pandemia.

88% dos que realizam marketing digital estão satisfeitos com os resultados da digitalização dos seus negócios, principalmente por conta do aumento das vendas, resultado apontado por 58% deles, e pela ampliação significativa da atuação em novos mercados, de acordo com 52%.

“Outro ponto interessante da pesquisa é que pouco mais da metade (56%) dos empreendedores afirma ter pelo menos alguma dificuldade para tomar decisões em relação ao marketing digital, sendo que 25% assumiram ter dificuldade mediana e 11% muita dificuldade”, destaca Paola La Guardia.

Apenas 33% dos empreendedores afirmaram não ter dificuldades sobre o assunto e 11% nunca precisaram tomar decisões nessa área. Segundo a pesquisa do Sebrae Minas, as maiores dificuldades dos empreendedores estão relacionadas à estratégia de divulgação: o que divulgar, como divulgar e em quais canais.

Apesar de reconhecerem que não possuem muito conhecimento sobre o assunto, cerca de metade dos empreendedores que praticam o marketing digital (54%) afirmam que eles próprios lidam diretamente com as decisões e dificuldades relacionadas a essa atuação.

Números da pesquisa

• 50% dos entrevistados afirmam que o marketing digital foi fundamental para a sobrevivência dos negócios na pandemia

• 65% divulgam ou vendem pela internet

• 21% estão realizando essas atividades exclusivamente pela internet

• 43% dos que já vendiam antes pela internet aumentaram as vendas pela web durante a pandemia

• 69% daqueles que já divulgavam pela internet antes da pandemia afirmam que melhoraram suas estratégias ou intensificaram o uso da web para esse propósito nesse período

• 35% ainda não utilizam a internet para divulgar nem para vender

• 71% das mulheres divulgam ou vendem pela web, contra 62% dos homens

• 70% dos empreendedores com até 30 anos divulgam ou vendem pela internet e 26% deles realizam essas ações exclusivamente pela web

• Entre os empreendedores com 51 anos ou mais, esses percentuais são de 58% e 16%, respectivamente.

Marketing digital ajuda a elevar vendas

A paralisação de diversas atividades durante a pandemia levou muitos empreendedores a descobrirem, no ambiente virtual, uma alternativa para chegar ao cliente de forma segura e eficaz. As sócias da clínica Belle Vie Biomedicina Estética, que mantêm duas unidades em Belo Horizonte, enxergaram as oportunidades oferecidas pelo marketing digital e têm colhido bons frutos.

Cristina Souza, uma das sócias da clínica fundada em 2017, conta que elas começaram a se interessar pelas redes sociais em julho de 2020, como forma de lidar com as restrições impostas pelo isolamento social. A partir de então, buscaram se capacitar para aperfeiçoar as estratégias de divulgação e vendas pela internet. “O marketing digital foi o investimento que mais nos ajudou durante a pandemia. Hoje, o número de seguidores já chega a quase 20 mil no Instagram e 70% do nosso faturamento vêm dos clientes que nos conheceram através das ações on-line”, destaca.

Para utilizar melhor as redes sociais para os negócios, as empresárias buscaram orientação especializada. “A partir de determinado momento, percebemos que o número de seguidores no Instagram não crescia mais e, no início de 2021, decidimos buscar ajuda no programa ALI, do Sebrae Minas. Participamos de várias capacitações que abriram nossos olhos para as oportunidades oferecidas pelo ambiente digital e, dali em diante, decolamos”, explica Cristina Souza.

Paralelamente, as empreendedoras investiram em uma consultoria de marketing digital, o que possibilitou aumentar as ações de divulgação, a oferta de pacotes promocionais e a criação de campanhas e vendas, que, em conjunto, reforçaram o engajamento em torno da página. Além disso, contrataram uma recepcionista, que se encarregou também do atendimento mais imediato aos clientes, realizado por meio de canais como o WhatsApp.

Segundo Cristina Souza, as ações têm dado bons resultados. Antigos clientes têm retornado e outras pessoas têm se interessado em conhecer o serviço que elas oferecem. Um levantamento recente revelou por exemplo, que a maioria dos novos clientes têm descoberto a clínica por meio dos canais digitais.

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