IPCA-15 avançou 1,05% na RMBH em março
26 de março de 2022 às 0h28
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) teve, em março, um aumento de 1,05% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), inferior ao de fevereiro, que foi de 1,13%, e ao de março do ano passado, que foi de 1,09%. É o sexto maior resultado mensal entre as 11 áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo Alimentação e Bebidas apresentou o maior aumento percentual e a gasolina teve o maior impacto individual positivo no índice. No País, a variação mensal do IPCA-15 foi de 0,95%, maior alta para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,24%. Já as variações acumuladas em 12 meses foram de 10,29% na RMBH, o quarto menor resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa, e de 10,79% no Brasil – maior resultado acumulado em 12 meses desde fevereiro de 2016 (10,84%).
Na RMBH, os nove grupos de produtos pesquisados apresentaram variações positivas: Alimentação e Bebidas (2,14%), Artigos de Residência (1,27%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,17%), Vestuário (0,89%), Transportes (0,82%), Despesas Pessoais (0,75%), Comunicação (0,53%), Habitação (0,41%) e Educação (0,19%).
O principal fator individual a pressionar os preços foi a gasolina, que aumentou 1,28%, mas devido ao efeito multiplicador que tem sobre outros preços, teve um impacto elevado, de 0,09 ponto percentual.
O grupo de Alimentação e Bebidas foi o responsável pelos maiores aumentos do mês e impactou o índice geral de março em 0,46 pontos percentuais.
Os produtos que mais aumentaram de preço foram a cenoura (55,51%), pelo segundo mês seguido a vilã do aumento de preços, o tomate (19,27%), as frutas (4,25%), o ovo de galinha (15,69%), as carnes (1,07%) e a batata-inglesa (10,23%).
Já a queda da banana-prata (-11,93%) impactou o índice em -0,05 ponto percentual. Também caiu de preço a picanha (-6,18%) e o etanol (-5,95).
No grupo de Transportes (0,82%), destaque para o seguro voluntário de veículos, que aumentou 5,34%, com impacto de 0,04 ponto percentual. Já em Saúde e Cuidados Pessoais (1,17%), os destaques foram para os perfumes (13,02%) e produtos farmacêuticos (0,97%).
A alta do grupo Artigos de residência (1,27%) se deve principalmente ao aumento dos aparelhos eletroeletrônicos (1,95%). Em Comunicação (0,53%), os aparelhos telefônicos aumentaram 3,50% .
O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação mensal. Ele é medido entre os dias 16 do mês anterior e o dia 15 do mês de referência e abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 regiões metropolitanas brasileiras.
Sem trégua
“A inflação não parece que vai dar trégua esse ano”, observa o economista Paulo Bretas. “E não é só no Brasil. Trata-se de um problema mundial. Agora a principal causa são os impactos da guerra na Ucrânia”, completa.
O que está pegando mais no caso brasileiro são alimentos e combustíveis, aponta o economista. E são vários os motivos pelos quais alimentos sobem de preço: aumento dos custos dos insumos, aumento dos custos de transportes, perdas de safras localizadas, aumento da demanda mundial por commodities agrícolas.
“Já o petróleo não parece que vai ter queda de preços até o final do ano. Tende a ficar bastante instável, mas com viés de alta”, prevê Bretas.
O Banco Central (BC) elevou a estimativa de inflação para 7,1% este ano. O relatório de inflação divulgado na quinta-feira (24) aponta que a probabilidade de superar o teto da meta é de 88% a 97% e a inflação anualizada está acima de 10%.
“Pequenas melhoras como essa do IPCA-15 são positivas, mas é preciso ver se a tendência é de convergir para a meta. Um problema grave é o peso da inflação por faixa de renda. E a inflação dos mais pobres está muito pior”, finaliza o economista.