Desativada, Feira do Mineirinho busca novo espaço
Segundo presidente da Fenacouro, avanço das negociações para futuro espaço deve ocorrer entre março e abril
5 de fevereiro de 2024 às 11h58
Desde a véspera do Natal do ano passado, as atividades da tradicional Feira do Artesanato, no Mineirinho, seguem desativadas. A situação, no entanto, deve mudar em breve, já que o prazo estendido de 30 dias do alvará de funcionamento previsto para ser encerrado na última quinta-feira (1º), foi concluído. Com isso, um novo espaço é sondado pelos organizadores para a possibilidade de reativar a tradicional feirinha que, desde 2002, existe na Capital.
Nessa tarefa de identificar um novo endereço, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) recebeu, recentemente, os representantes da Feira do Mineirinho, como também é conhecida, para debater possíveis soluções. Um dos nomes que participam dos trâmites de transferência é o presidente da Fenacouro, William Martins. A empresa, inclusive, é a detentora das marcas vinculadas à feira. Porém, conforme comunicado nas redes sociais, a Fenacouro já não está à frente da administração da feira há quase dois meses.
O que acontece é que desde o último dia 4 de janeiro, a gestão e o formato da feirinha ficaram sob a responsabilidade da Concessionária Mineirinho SPE, conforme a mesma nota. No entanto, toda a estrutura que era utilizada pelos expositores foi retirada das dependências do ginásio há algumas semanas, descartando uma possível volta ou gestão da SPE.
“A Feira do Mineirinho ainda não tem um lugar definido para sua realização. Já solicitamos à PBH um local. O deputado professor Wendel Mesquita (Solidariedade) está vendo um local que pertença à prefeitura para que as futuras instalações da feira sejam feitas. Porém, ainda não temos nada concreto”, disse o presidente da Fenacouro, William Martins.
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Realidade é desafiadora, diz produtor de eventos
Questionado sobre a situação dos expositores, William Martins diz que é uma realidade ainda desafiadora. “A feira não tem previsão de retorno. Já os expositores estão todos parados”, complementa. Ao todo, a feira abrigava cerca de 100 expositores e gerava aproximadamente 1 mil empregos diretos e indiretos.
Ainda segundo Martins, para que todos possam voltar às atividades e depender da feira para seguir com as suas fontes de renda, a expectativa é de que uma possível negociação possa levar ainda mais tempo. “Qualquer mudança deverá ocorrer entre os meses de março e abril“, supõe.
Direito autoral pela marca
Em relação às marcas Feira do Mineirinho, Feira de Artesanato do Mineirinho e Feira Coberta do Mineirinho, elas continuam sob domínio da Fenacouro, pois foram registradas pela empresa diretamente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Contudo, não se sabe se a atual gestão da Concessionária do Mineirinho da SPE irá em busca do uso dos registros.
A reportagem procurou pela assessoria de imprensa do ginásio e aguarda um posicionamento sobre o assunto.
Um novo espaço?
Ao que tudo indica, o espaço anexo ao Shopping do Avião, em Contagem, possa ser o novo local para a reativação da feira. A área externa do mall, entretanto, tem sido usado para a realização dos ensaios de Pré-Carnaval da Feira do Mineirinho no fim de semana.
Nas redes sociais, a Feira do Mineirinho fez várias postagens divulgando a programação de seus eventos no novo endereço. Um deles informa: “Prepare-se para o Pré-Carnaval do Mineirinho com uma mega estrutura”.
Apesar dos eventos que foram realizados em Contagem, a organização mantém a afirmação de que não possui um local para retornar com as atividades da feira.
Entenda por que a Feira do Mineirinho precisou ser desocupada
A Concessionária Mineirinho SPE S/A, vencedora da concessão do Estádio Jornalista Felipe Drummond, o Mineirinho, realizada por leilão pelo Executivo estadual em 2022, havia pedido no ano passado que a desocupação da área onde funcionava a feira fosse realizada até o dia 24 de dezembro.
Conforme divulgado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO na época, a negociação que foi mediada pelo governo do Estado definiu que a feira seria realizada no mesmo local, pelo prazo de 30 dias contados a partir do primeiro dia útil de 2024. Contudo, a feira não foi reativada pelos feirantes durante este período.