Consumo recua 4,4% nos supermercados do Estado

Apesar da queda, expectativa é crescer 3,2% neste ano

12 de julho de 2022 às 0h28

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No acumulado do ano, o consumo apresentou alta de 7,64% | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O consumo nos supermercados em Minas Gerais apresentou queda em maio. Segundo o Índice de Consumo dos Lares Mineiros, pesquisa apurada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), foi identificada uma retração real de 4,4% quando comparada com abril.

O desempenho negativo foi apurado em todas as regiões do Estado na mesma base de comparação.  O pior resultado foi registrado nas regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba, com queda de  5,15% no período. Em seguida, o índice no Norte e Noroeste do Estado caiu 5,12%. Já no Sul de Minas, houve a menor retração (-4,08%), seguida pela região Central, com retração de 4,09%. 

O presidente-executivo da Amis, Antonio Claret Nametala, enfatiza que este já era um resultado esperado para o setor. “A queda de 4,4% está dentro de uma expectativa nossa. Se olharmos para o mês de abril, tivemos cinco sextas e cinco sábados. E, sabemos que a preferência do consumidor é na sexta, sábado e no domingo. Além disso, a Páscoa foi uma data importante, pois levou os consumidores às lojas. Mas, se a gente observar, maio teve menos dias”, avalia.

Apesar do resultado negativo no comparativo entre maio e abril, na comparação com o mesmo período do ano passado,  o indicador cresceu 7,18%. 

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, o consumo nos lares mineiros cresceu 7,64% em relação ao mesmo período do exercício passado. “A nossa expectativa é de crescimento, com um consumo maior de 3,2% para este ano. Com isso, a expectativa é que se ajuste um pouco no segundo semestre”, aponta.

Cenário 

O presidente-executivo ainda explica que diversos fatores contribuíram para a melhora no consumo no acumulado do ano. “A recuperação da economia, e a taxa de desocupação vão ajudando a abastecer o lar e resultando na procura por produtos nas lojas. A liberação do FGTS é uma receita nova para o consumidor, também é outro fator que tem contribuído neste momento”.

À medida que os efeitos da pandemia vão sendo superados, conforme menciona Antonio Claret Nametala, a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, reforça a informação. O estudo revelou que a taxa de desocupação atingiu 9,8% no período de março a maio de 2022, o que representa baixa de 4,9 pontos em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava em 14,7%. Esta foi a menor taxa de desocupação no referido período desde o ano de 2015, quando estava em 8,3%.

Embora o cenário caminhe em ritmo de retomada, o especialista enfatiza a importância da atuação da associação junto aos supermercadistas para enfrentar o inflacionário. “A inflação tem incomodado o consumidor, incomodado os lojistas, e o mercado como um todo. A gente tem recomendado atenção aos custos altos. Temos orientado para que estejam atentos a fim de diminuir esses custos. É importante dizer que os preços não refletem no resultado dos supermercados, mesmo que os custos estejam em elevação constante”.

Com os custos nas alturas, Claret explica que os estabelecimentos não têm reduzido o estoque de produtos supérfluos para dar mais espaços aos itens de primeira necessidade. “Esta é uma decisão a ser tomada por cada loja. O consumidor anda agora muito mais moderado. Ele não é fiel às marcas, não é fiel às lojas. E, nós temos orientado às lojas para que preencham os estoques e não deixem faltar produtos ao consumidor. Tomara que a pandemia dissipe e a guerra da Rússia com a Ucrânia termine”, conclui.

Indicador 

Tradicionalmente, o setor supermercadista mineiro tinha como parâmetro setorial a pesquisa mensal do Termômetro de Vendas. No entanto, a associação aposta neste momento num contexto mercadológico com foco no consumo e no consumidor. A pesquisa leva em consideração fatores diversos, dentre eles, o cenário de pandemia e a inflação, ou seja, com  números deflacionados em termos reais pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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