Inadimplência tem queda de 1,82% em Belo Horizonte

20 de agosto de 2019 às 0h24

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Redução do desemprego, inflação mais amena e menor taxa de juros contribuíram para recuo registrado pelo índice - Crédito: Charles Silva Duarte 76,7% das famílias - CREDITO: CHARLES SILVA DUARTE

A inadimplência em Belo Horizonte teve, em julho, queda de 1,82% na variação anual (julho/19 – julho/18), de acordo com os dados divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Trata-se da maior retração dos últimos nove anos.

Segundo os dados da entidade, o aumento do número de pessoas no mercado de trabalho no acumulado dos últimos doze meses – que passou de 20.008 para 20.223, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) –, a inflação mais amena e a menor taxa de juros têm contribuído positivamente para esse cenário.

Além disso, também tem sido observada uma mudança cultural dos consumidores. Conforme o presidente da CDL-BH, Marcelo de Sousa e Silva, as pessoas, atualmente, estão mais educadas financeiramente, graças ao acesso mais facilitado à informação. Com isso, a população se prepara mais para as compras e, inclusive, em várias ocasiões, opta por realizar pagamentos à vista.

“Às vezes, as pessoas têm déficits pequenos e entendem que, se fizerem um esforço, conseguem regularizar a situação”, detalha Silva.

Já pelo lado das empresas, o presidente da CDL-BH lembra que as organizações estão facilitando mais o pagamento das dívidas, o que também ajuda a diminuir o número de consumidores inadimplentes.

Com tudo isso, cresce a expectativa para o aumento do consumo. “Para vender a crédito, é necessário que as pessoas não tenham o nome negativado. Com elas ‘limpando o nome’, há uma melhora nesse cenário. A população está voltando à condição de compra, e isso é muito importante”, diz.

O dirigente lembra que toda essa movimentação positiva está começando a trazer investimentos, tanto internos quanto externos.

Idosos endividados – Os dados da CDL-BH também mostram que o montante de endividados que têm acima de 65 anos foi o que mais cresceu no mês de julho, com aumento de 10,7%.

Um dos motivos que levam a esse quadro é a redução de 7,2% nos rendimentos reais das pessoas dessa faixa etária. A renda média dos idosos passou de R$ 3.317 no primeiro trimestre de 2018 para R$ 3.077 no primeiro trimestre deste ano, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“As pessoas com mais idade, muitas vezes, também são responsáveis pelas famílias. Além disso, é uma faixa etária que também costuma ter mais gastos com a saúde”, analisa Silva.

Quando o assunto é a variação por gênero, os indicadores mostram que a queda do número de inadimplentes pode ser vista entre homens e mulheres. No entanto, a redução é menor entre o público feminino (de 3,55% entre eles e 2,13% entre elas). Alguns dos motivos que contribuem para esse cenário é a taxa de desemprego de 4,9 pontos percentuais a mais entre as mulheres, segundo dados do IBGE, e o menor rendimento real entre elas, que é 27% menor em relação ao público masculino, também de acordo com o IBGE.

Conforme o Indicador de Dívidas em Atraso, houve uma diminuição de 5,17% no número de débitos em julho, de acordo com o mesmo mês de 2018. É a maior queda em julho dos últimos três anos.

Empresas – O volume de empresas endividadas, por sua vez, aumentou 3,98% em julho em relação ao mesmo período do ano passado. Já em uma comparação de julho com junho deste ano, houve redução de 0,41% no número de organizações com dívidas.

O número de dívidas das empresas de Belo Horizonte apresentou um crescimento de 1,16% em julho deste ano, comparado ao mesmo período de 2018. Já na variação mensal, a quantidade de contas em atraso teve queda de 0,76%.

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