Usiminas eleva projeção de aporte e adia a reforma do alto-forno 3
21 de maio de 2021 às 0h29
A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas) anunciou ontem, em fato relevante, que vai postergar a reforma do alto-forno 3, da Usina de Ipatinga, no Vale do Aço, por dez meses. O alto-forno 3 tem uma capacidade de produção de 2,4 milhões de toneladas por ano.
Até então, a previsão era de que a reforma fosse realizada na metade do ano que vem. Agora, a projeção é para meados de 2023. No comunicado que explica a decisão por uma nova data, a companhia destacou a continuidade e também os reflexos da pandemia da Covid-19.
“Em vista da continuidade da pandemia da Covid-19 e seus efeitos, e também em função do desempenho operacional estável do alto-forno nº 3 da Usina de Ipatinga (“AF3”), o Conselho de Administração da Companhia aprovou, nesta data, a postergação da reforma deste equipamento por 10 meses. Assim, o AF3 continuará operando normalmente até meados de 2023, quando a reforma será iniciada”, destacou a companhia.
A Usiminas também ressaltou que o valor para a reforma do alto-forno 3 foi revisto. Um dos motivos para isso foi a desvalorização cambial, além da alta verificada nos custos de materiais e serviços.
“Adicionalmente, a Companhia informa que o valor previsto para a reforma do AF3 foi revisto em função de expressiva desvalorização cambial acumulada desde a última atualização do projeto, além do incremento significativo no custo de materiais e serviços necessários à sua execução. Dessa forma, o valor atualizado da reforma passa a ser de R$ 2,09 bilhões, a ser desembolsado até 2023”, disse.
A empresa também afirmou que “esta atualização na reforma do AF3 não altera a projeção de investimentos relativa ao ano de 2021, que permanece conforme divulgado no Fato Relevante datado de 12/02/21”.
Histórico do alto-forno 3
Em dezembro do ano passado, a Usiminas já havia feito uma revisão do valor de investimento para a reforma do alto-forno 3. Em maio de 2019, a companhia havia anunciado um total de R$ 1,234 bilhão e, em dezembro, destacou um incremento de 50,5%, passando para R$ 1,858 bilhão.
Os motivos apontados pela companhia para a elevação na época foram a ampliação no escopo do projeto, a desvalorização cambial acumulada desde a aprovação e “incremento significativo no custo de materiais e serviços necessários à sua execução”.
No primeiro trimestre deste ano, a Usiminas teve um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão frente a um prejuízo de R$ 424 milhões em igual período do ano passado. A forte demanda de aço no País contribuiu positivamente com os números.