Biomm fecha acordo com indiana Biocon para vender similar de Ozempic no Brasil

Semaglutida é o princípio ativo utilizado no tratamento de diabetes e também para emagrecer; ações da Biomm dispararam após anúncio do acordo

17 de abril de 2024 às 10h51
Atualizada em 17 de abril de 2024 às 19h12

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Fábrica da Biomm | Crédito: Divulgação/Biomm

A Biomm, empresa de biotecnologia instalada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, confirmou, nesta quarta-feira (17), que irá comercializar e distribuir o medicamento semaglutida no Brasil. Este é o mesmo princípio ativo do Ozempic, por exemplo.

O acordo exclusivo foi assinado entre a brasileira Biomm e a biofarmacêutica indiana Biocon. Segundo a empresa brasileira, somente no ano passado, as vendas de semaglutida no Brasil somaram R$ 3,1 bilhões, o que representa uma taxa de crescimento médio de quase 40% entre 2021 e 2023.

Pelo acordo, a Biocon será responsável pelo desenvolvimento, fabricação e fornecimento da semaglutida à Biomm para o mercado brasileiro.

Após o anúncio, as ações da Biomm dispararam mais de 30% na bolsa. Às 15h11, a alta era de 36,8%, com ações cotadas a R$ 15,20, depois de chegarem a avançar perto de 40% mais cedo. O volume de negócios, porém, era baixo, com 740 operações no horário.

“A Biocon é uma das maiores empresas indianas do setor e a Biomm poderá fazer a importação do produto, assumir a parte logística aqui no Brasil, vender e acessar todos os distribuidores. Com este licenciamento exclusivo de longo prazo, ganha a Biocon, com mais distribuição de seu produto, e ganha a Biomm, que diversifica ainda mais o seu portfólio”, comemora o CFO e diretor de Relações com Investidores da Biomm, Renato Arroyo Barbeiro.

O biossimilar do Ozempic só deve chegar às prateleiras a partir de meados de 2026, que é quando a patente do produto expira. Além disso, a comercialização e distribuição ainda dependem de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de publicação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

Procurada, a Anvisa disse que não pode comentar o assunto.

Biossimilar semaglutida deve estimular a competitividade de preços, diz Biomm

Em formato de caneta e indicado para o tratamento de diabetes, o remédio também tem sido amplamente utilizado por pessoas interessadas em perder peso.

Medicamentos como o Ozempic já são vendidos nas farmácias brasileiras pelo preço médio de R$ 1.000. Com a chegada do biossimilar, no entanto, o preço pode se tornar mais acessível para o consumidor final, e o acesso, ampliado.

“A gente entende que à medida em que entram os biossimilares por aqui, isso vai favorecer para aumentar abruptamente o tamanho do mercado e pode haver uma diminuição no preço. O que vai acontecer, então, é o fornecimento de mais medicamentos à população que precisa, porque muita gente ainda não consegue acessar este produto. Este é um mercado ultrapremium, que vai continuar sendo premium, mas ao mesmo tempo vai poder chegar a mais pessoas”, explica Barbeiro.

Ele também cita como fator de ampliação do acesso a possibilidade de órgãos públicos comprarem o biossimilar para distribuir à população que sofre de problemas como diabetes.

Biomm quer se consolidar no mercado de metabolismo e insulina

No início deste mês, a Biomm já havia conseguido uma vitória para a sua expansão quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a viabilidade da fábrica da empresa em Nova Lima para a produção da insulina glargina (Glargilin). A expectativa é que, com a produção local, a demanda nacional pelo insumo – que vinha enfrentando dificuldades – seja suprida.

As novidades recentes da empresa demonstram o interesse em se posicionar, cada vez mais, no mercado de metabolismo e insulina.

“Este mercado é extremamente relevante e muito pujante. E, com a Biomm aumentando a sua participação e o número de produtos licenciados, também aumentamos a população de produtos metabólicos e de insulina no mercado. Já temos diversos produtos no pipeline para aprovação, por exemplo. Isso demonstra a maturidade da companhia para entrar em novos mercados”, comenta o CFO da Biomm, Renato Arroyo Barbeiro.

Inauguração da fábrica da Biomm em Nova Lima deve ter a presença de Lula

A fábrica da Biomm será oficialmente inaugurada no dia 26 de abril em Nova Lima e, embora ainda não conste na agenda do presidente Lula, a presença do petista é aguardada na ocasião. A ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, também deve comparecer ao evento.

A fábrica em Nova Lima ocupa um terreno com área total de 100 mil metros quadrados, com área de fábrica de 12 mil metros quadrados. 

Recebeu investimentos na casa dos R$ 800 milhões e terá capacidade para produzir até 40 milhões de frascos e carpules (seringas) de biomedicamentos por ano, que, segundo a empresa, irão contribuir para atender mais de 80% da demanda nacional.

A previsão é que sejam gerados 300 empregos diretos e 1,2 mil postos de trabalho indiretos. (Com informações da Reuters)

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