Turismo em Minas terá que ser reconstruído

28 de maio de 2020 às 0h13

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Caso Backer afetou o circuito das cervejas artesanais | Crédito: Daniel Mansur

Dois mil e vinte, definitivamente, não tem sido um ano fácil para o setor turístico de Belo Horizonte. A Capital começou o ano animada como os resultados de 2019. No ano passado, a cidade se destacou entre as capitais com melhor performance nas estatísticas da hotelaria, no acumulado de janeiro a novembro, divulgado pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), apresentando o maior crescimento no valor da diária média, 17,2%, em relação às 13 outras capitais analisadas.

A Taxa de Ocupação teve um aumento de 5,9%, e a Receita por Apartamento Disponível (RevPar), 24,1%, atrás, apenas, de Vitória (ES) que apresentou um crescimento de 27,8%.

A realidade, porém, mudou rapidamente e, mesmo antes do fechamento dos estabelecimentos e paralisação das atividades em março, como medida de prevenção a disseminação do novo coronavírus, já havia enfrentado o “caso Backer” – quando foi descoberta a contaminação de parte da produção da cervejaria por dietilenoglicol, que levou consumidores a morte -, em janeiro, colocando em suspeição um dos principais atrativos da cidade – o circuito das cervejas artesanais -; e as fortes chuvas em fevereiro, que espantaram parte dos turistas que vinham para o Carnaval.

Mesmo diante desse quadro desanimador, o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, se coloca como um “otimista consciente” para a reconstrução do turismo da Capital no pós-Covid-19.

Reverenciada como a “capital nacional dos bares” e homologada oficialmente pela Organização Mundial das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como Cidade Criativa pela Gastronomia, no ano passado, a cidade oferece muitos outros atrativos, inclusive um Patrimônio Cultural da Humanidade, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, desde 2016 reconhecido pela Unesco.

“O que a Belotur vem fazendo é dialogar o máximo possível com o trade local e com várias pessoas no Brasil todo. É importante a escuta, nessas horas acabamos tendo imputs, oxigenando o cérebro. Estou otimista porque no Brasil temos a oportunidade de aprender com outros que passaram pela pandemia antes de nós”, explica Castro.

Para o gestor público, Belo Horizonte apresentar uma série de diferenciais competitivos diante das tendências que se colocam para o futuro pós-Covid-19. A primeira é a desconfiança quanto à segurança sanitária dos destinos: “Até aqui, a cidade vem apresentando taxas de contaminação pelo novo coronavírus e de ocupação de leitos pelo Covid-19 abaixo da média apresentada pelas das principais cidades brasileiras; e a outra, o fortalecimento do turismo local e destinos secundários: Somos a capital do segundo estado mais populoso do País e com o maior número de municípios – 853. Podemos atrair o próprio turista mineiro que antes ia para outros estados e países. Além disso temos um entorno rico em patrimônio natural e cultural que pode ser trabalhado em conjunto”.

“Acredito que a tendência mais importante é a confiança. Tudo isso está custando muito caro para o cidadão. Ainda que o segmento de ‘negócios e eventos’ continue sendo muito importante para Belo Horizonte, já vínhamos trabalhando o turismo de lazer, destacando a experiência de uma cidade surpreendente. Além disso, temos outros campos importantes que devem ser valorizados, como o turismo de saúde, que nasceu junto com a própria cidade. Hoje, queremos conquistar o próprio morador para que ele seja o embaixador da nossa capital”, conclui o presidente da Belotur.

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