Endividamento tem 5º recuo seguido em BH

13 de janeiro de 2021 às 0h24

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Crédito: Charles Silva Duarte Usada em 28-08-19 Usada em 14-10-19

O número de endividados registrou mais uma queda em Belo Horizonte. A retração foi de 1,7 ponto percentual (p.p.) quando se compara o mês de dezembro (67,1%) com novembro (68,8%). O recuo já é o quinto consecutivo.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de Belo Horizonte, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), com as informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com o economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, esse tipo de oscilação já é algo comum no mês de dezembro. “O décimo terceiro salário é uma injeção de recursos. Muitas pessoas utilizam o pagamento à vista no fim do ano”, destaca.

Além disso, lembra ele, a última parcela do auxílio emergencial, medida do governo federal destinada a pessoas que têm baixa ou nenhuma renda, também contribuiu para os resultados verificados em dezembro.

No entanto, não foi apenas uma disponibilidade maior de recursos que interferiu no endividamento das pessoas no mês passado. O economista-chefe da Fecomércio-MG também salienta que os indivíduos estão mais reticentes em relação ao consumo.

“Há um movimento de retração do consumo familiar, principalmente a prazo. Em um ambiente de incertezas, as pessoas tendem a reduzir o comprometimento da renda futura”, diz ele.

Essas incertezas, aliás, devem permanecer por um tempo, conforme destaca Almeida. A pandemia da Covid-19 ainda não acabou e a capital mineira vê novamente parte do comércio de portas fechadas, com apenas os serviços essenciais em funcionamento. Isso deve provocar toda uma reação em cadeia.

“Novos fechamentos impactam a atividade produtiva, o emprego e a renda”, destaca o economista-chefe da Fecomércio-MG.

Com menos renda, é possível, segundo Almeida, que as famílias, em um primeiro momento, recorram a parcelamentos, o que consequentemente aumentará o endividamento. Posteriormente, avalia ele, isso pode gerar um impacto também na inadimplência, pelo fato de as pessoas não conseguirem quitar as suas dívidas.

“Sem o auxílio emergencial e sem os benefícios de manutenção de emprego pode haver uma deterioração dos indicadores”, diz Almeida.

Inadimplentes – Os números divulgados pela Fecomércio-MG também mostram que os inadimplentes em Belo Horizonte somaram 32,3% da população em dezembro, o que revela estabilidade.

O percentual de pessoas que afirmaram não ter condições de quitar as dívidas, por sua vez, foi de 15% no mês passado.

Os dados da pesquisa também mostram que o cartão de crédito é a forma de pagamento mais utilizada em Belo Horizonte (82,5%). Posteriormente, como outras modalidades de dívida, vêm os carnês (13,6%), o financiamento de carro (10,2%), o financiamento imobiliário (9,0%), o cheque especial (8,1%), o crédito consignado (6,6%) e o crédito pessoal (6,2%).

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