Aço importado pode fazer Usiminas desligar alto-forno de Ipatinga

Com cenário negativo, empresa já deixou de gerar 600 postos de trabalho em Minas e São Paulo

24 de novembro de 2023 às 0h25

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Crédito: BenHur / Adobe Stock

Após a Gerdau e a ArcelorMittal tomarem medidas, mais uma siderúrgica brasileira está se movimentando em direção à redução do ritmo produtivo, por consequência das elevadas importações de aço, sobretudo, chinês. Desta vez, a ação é da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). A companhia está avaliando desligar o alto-forno 1 da planta de Ipatinga, na região do Vale do Aço, e já teria reduzido a produção da unidade de Cubatão, em São Paulo.

Recentemente, a empresa deixou de gerar 600 empregos, justamente em virtude do aumento das importações dos produtos siderúrgicos. A maioria das vagas seria criada na usina paulista, no entanto, alguns postos de trabalho seriam gerados na planta mineira. A produtora de aço também paralisou um centro de serviços, em São Paulo, devido às adversidades que o setor enfrenta.

Em nota enviada à reportagem, a Usiminas diz que estuda desligar o alto-forno 1 de Ipatinga, “como forma de adequar a esse cenário”. Informações dão conta de que o desligamento do equipamento no Vale do Aço ocorreria ainda este ano, caso não sejam implementadas medidas efetivas para diminuir a entrada “desenfreada” de aço no País, porém, a companhia não confirma.

O setor siderúrgico já solicitou ao governo federal e vem tratando, em reuniões com o Executivo, taxar a importação em 25%. O percentual é o mesmo adotado por 27 países da União Europeia, México e Estados Unidos. Hoje, a alíquota praticada no Brasil é de 9,6%, exceto para alguns produtos. A expectativa das siderúrgicas é que ocorra uma decisão seja tomada até o fim do ano.

O cenário, considerado dramático pela siderurgia brasileira, envolve, além da elevação da importação, uma ociosidade de 40% nas usinas e quedas na produção, vendas internas e exportações. Além da Usiminas, a “tempestade perfeita já fez a Gerdau demitir 700 colaboradores e paralisar três plantas, embora as unidades localizadas em Minas Gerais estejam operando normalmente. 

Ao mesmo tempo, levou a ArcelorMittal anunciar que vai produzir 1,3 milhão de toneladas de aço a menos em 2023, prolongar a parada técnica programada das usinas de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Piracicaba, em São Paulo, e Resende, no Rio de Janeiro, entre novembro e dezembro. Na planta fluminense, inclusive, aproximadamente 400 empregados vão entrar em férias coletivas ou farão compensação do banco de horas durante a paralisação.

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