Estado lança a licitação da Rodoviária da Capital

O governo do Estado lançou ontem o edital para concessão do Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip): a Rodoviária de Belo Horizonte. Com previsão de R$ 116 milhões em investimentos, o futuro operador também ficará responsável pela operação e manutenção dos cinco terminais e 17 estações do Sistema Move Metropolitano pelo prazo de 30 anos.

O leilão está marcado para 14 de março na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. A B3 também analisaria as propostas referentes ao ginásio Jornalista Felipe Drummond, o Mineirinho, localizado na Pampulha, porém, o certame chegou à data-limite sem interessados. A empresa vencedora teria o direito de fazer a gestão por 35 anos sob uma proposta mínima de R$ 13 milhões e deveria investir em torno de R$ 41 milhões na reforma no imóvel nos dois primeiros anos, além da constante manutenção.

Em coletiva de imprensa, a secretária substituta de Infraestrutura e Mobilidade, Vanice Cardoso Ferreira, afirmou que o governo do Estado considerava a possibilidade em função dos impactos causados pela pandemia de Covid-19 no setor de eventos. E que novas alternativas poderão ser propostas para o ginásio. “Vamos revisitar o edital, conversar com empresas que operam estádios para ver o que aconteceu, se foi reflexo da pandemia, e ver se retomamos o projeto ou pensamos em outra alternativa”, afirmou.

Espera-se que não ocorra o mesmo com a licitação do Tergip e demais equipamentos rodoviários. Poderão participar da licitação pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil, entidades de previdência complementar e fundos de investimento, de forma isolada ou reunidas em consórcio, desde que atendam todos os termos e condições do edital.

“Minas vive hoje um momento histórico na retomada de investimentos para desenvolver nossa infraestrutura. O Estado está executando a maior carteira de concessões público-privadas da história de Minas Gerais, com projetos em diversas temáticas como aeroportos, rodovias, terminais rodoviários e outros, que somam mais de R$ 18 bilhões em investimentos estimados”, enfatizou Vanice Ferreira.

A expectativa é de que os primeiros investimentos e intervenções previstos nesta licitação sejam realizados ainda no primeiro semestre de 2022. Isso porque, nos seis primeiros meses de concessão, a empresa vencedora da licitação deverá realizar uma série de ações na rodoviária, nas estações e nos terminais metropolitanos.

“Dentre as ações previstas estão a melhoria das condições de utilização dos sanitários e fraldários; revitalização das sinalizações de informação dentro e fora das unidades; disponibilização de internet wi-fi gratuita e tomadas de energia elétrica para os usuários e revisão dos sistemas de escadas rolantes, esteiras e elevadores”, detalhou o subsecretário de Transportes e Mobilidade, Gabriel Ribeiro Farjado.

Nos meses seguintes, serão realizadas as intervenções na melhoria estrutural e de capacidade desses equipamentos. 

Já segundo o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Thiago Toscano, que atualmente administra a rodoviária, a concessão pode resultar em mais investimentos para outras políticas públicas do Estado.

“Hoje, Belo Horizonte tem uma rodoviária mais adequada para os usuários do que no passado. Mas quando olhamos para os investimentos que precisam ser feitos, da ordem de R$ 116 milhões, que é o mínimo previsto para ser aplicado na estrutura, entendemos que não faz sentido o Estado tirar esse dinheiro da Codemge. São recursos que podem ser aplicados em outras políticas públicas, já que existe o privado com a capacidade de fazer esse investimento e explorar essa concessão”, justificou.