Dona de complexo industrial em Betim, Metalsider verticaliza operações

O braço de usinagem da empresa tem capacidade de produzir 17 mil toneladas de fundidos

7 de março de 2024 às 5h14

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Capacidade de produção de ferro-gusa da Metalsider em Betim é de 400 mil toneladas por ano | Crédito: Metalsider/Divulgação

A segunda maior produtora independente de ferro-gusa do Brasil, a mineira Metalsider, proprietária de um complexo industrial em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está consolidando o processo de verticalização de suas operações. Em passo recente neste caminho, a empresa entrou no mercado de usinagem, mas, antes disso, já havia incorporado fundições e conquistado a autossuficiência energética e a autonomia na produção de insumos. 

A história da companhia começou há exatamente duas décadas com uma pequena usina siderúrgica no município da Grande BH. Conforme o fundador e diretor da Metalsider, Bruno Melo Lima, existiam, na época, outras quatro produtoras de ferro-gusa na cidade. Ele afirma que, no decorrer do tempo, surgiram oportunidades para incorporar as concorrentes, o que foi feito e possibilitou que a companhia alcançasse uma posição importante na produção da matéria-prima.

Nos anos seguintes, segundo o empresário, a empresa observou que era necessário ser autossuficiente em energia elétrica e ampliou sua unidade produtiva com investimentos na construção de uma termoelétrica. Do mesmo modo, investiu na produção de carvão vegetal, principal insumo para produzir ferro-gusa, e passou a adquirir terras em regiões próximas, como Três Marias e Curvelo, e cultivar milhares de hectares de eucalipto. 

Continuando com a estratégia de verticalizar as operações, a Metalsider percebeu a necessidade de produzir fundidos no complexo industrial. Lima diz que, há cerca de dez anos, adquiriu equipamentos tecnológicos e construiu uma fundição moderna no local. E, para completar a integração da cadeia produtiva, comprou, no ano passado, o braço brasileiro de uma empresa americana de usinagem, com duas plantas: uma em Vespasiano e outra em Guarulhos, São Paulo.

Volume de produção, principais mercados e frentes de negócios

Atualmente, a capacidade de produção de ferro-gusa da Metalsider em Betim é de 400 mil toneladas por ano e a empresa está produzindo em torno de 320 mil toneladas, sendo 60% do volume vendido ao mercado externo. Com relação à fundição, a empresa produz em torno de 36 mil toneladas, número que pode subir se a companhia optar por produzir peças maiores. 

O braço de usinagem da empresa tem capacidade de produzir 17 mil toneladas de fundidos e seu principal produto são as mangas de eixo, componentes utilizados na suspensão de veículos automotores, com uma produção anual de 2,5 milhões de unidades. A empresa mineira já tem uma parte expressiva do mercado nacional no que se refere a esse item específico, cerca de 45%. 

A Metalsider atende especialmente o setor de autopeças e no seu portfólio de clientes estão as maiores montadoras do Brasil. Mas com a verticalização das operações, a empresa ampliou a frente de negócios. Além de abastecer a produção, parte da madeira das florestas é vendida e quando há algum tipo de redução produtiva, a energia gerada pela termoelétrica é comercializada. 

Planos de expansão da Metalsider em Betim

Na visão de Lima, uma empresa nunca pode parar de crescer. Neste sentido, o próximo passo da Metalsider será estudar o setor de usinagem, no qual entrou recentemente, sendo que existem “pequenos vazios” que podem ser preenchidos nas usinas, segundo ele. E aumentar a produção de fundidos, já que o entendimento da companhia é de que o nível produtivo de ferro-gusa atual é o ideal. 

Segundo o fundador, a empresa foi construída com espaço para receber uma segunda linha produtiva, porém, a ampliação não é algo que deve ocorrer a curto prazo. Para 2024, a ideia é observar o mercado e planejar para que, em 2025, possa tomar alguma decisão. “Acreditamos no Brasil, na pujança da economia nacional e vamos continuar acreditando. Por isso, vamos seguir crescendo. Sempre com muita prudência, mas o nosso DNA é de sempre crescer”, destacou.

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