PBH comprará 4 milhões de doses da vacina russa

13 de março de 2021 às 0h30

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Crédito: Luciana Montes

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou ontem a compra de vacinas da Rússia contra a Covid-19, além de ampliar as restrições na capital mineira e destacar um estudo que está sendo feito para o fechamento de prédios comerciais, caso fique comprovado que as atividades podem ser realizadas em home office.

Em entrevista coletiva, o prefeito afirmou que deverá comprar 4 milhões de doses da Sputnik V, avaliadas em R$ 200 milhões, assim que a lei permitir. “Já tivemos conversas com a cônsul da Rússia”, destacou ele.

No que diz respeito às restrições de atividades na capital mineira, já a partir deste sábado (13), praças, parques e demais locais de caminhada estarão fechados.

Outras medidas deverão ser adotadas a partir da segunda-feira (15), como o fechamento das lojas de material de construção civil e o não funcionamento presencial de cursos de línguas, danças e artes.

Os restaurantes, por sua vez, só poderão funcionar por meio do serviço de delivery. Já as lojas de conveniência dos postos de combustíveis estarão abertas apenas de segunda a sexta-feira até as 18h. Carros de lanche estão proibidos. Cultos de qualquer religião estão suspensos.

“A situação está piorando exponencialmente”, afirmou o prefeito. “A fiscalização será implacável na cidade de Belo Horizonte. A fiscalização será implacável com quem ignora a doença. Não podemos deixar comerciantes sérios, bares sérios, gente séria, pagar por irresponsáveis”, acrescentou ele.

Alexandre Kalil ressaltou que o transporte coletivo da capital mineira ainda apresenta lotação, mesmo com os estabelecimentos fechados, e que o “mistério” pode estar dentro dos prédios comerciais, onde muitas pessoas ainda continuam trabalhando presencialmente. Justamente por isso, será feito o estudo – que deve ser concluído em um prazo de até dez dias – para detectar quem pode estar em casa e fechar os escritórios.

O prefeito também falou sobre cidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) que optaram por permanecer abertas durante o dia e praticar o toque de recolher a partir de determinada hora da noite.

“Não adianta abrir a cidade toda como Sabará está fazendo, amontoar todo mundo de dia e fazer toque de recolher à noite”, disse. “O que nós temos que fazer é fechar de dia, porque aí não tem motivo para andar de noite”, salientou.

As novas medidas anunciadas pelo prefeito de Belo Horizonte foram anunciadas em meio à piora dos índices da Covid-19 na capital mineira. Na sexta-feira (12), a ocupação de leitos de UTI em decorrência da doença já havia atingido 89,2%. Já a taxa de transmissão (RT) estava em 1,25.

A partir do último dia 6 de março, a prefeitura já havia determinado que somente os serviços essenciais poderiam funcionar presencialmente.

Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) e membro do Comitê Municipal de Combate à Covid-19 em Belo Horizonte, Estevão Urbano destacou que a situação não é grave, mas, sim, “gravíssima”, e que as pessoas não sabem o que está acontecendo e o que poderá acontecer nos hospitais.

“Estamos cientes de todas as demandas em relação à questão econômica, em relação às crianças, em relação ao transporte público. Para algumas dessas questões, há possibilidades de melhoria. Para outras, apesar de estudos e estudos, não há. Todas as críticas que chegam são analisadas de forma construtiva”, disse ele.

Ainda segundo Urbano, se cada um não fizer a sua parte, “essa situação gravíssima será sentida na pele de todos e o serviço colapsará”, ressaltou ele, afirmando que já se está em um estado “pré-colapso”.

Comércio Após a entrevista coletiva realizada pelo prefeito Alexandre Kalil, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, disse que “o fechamento do comércio não é solução para conter o avanço da doença”.

“Nós já sabemos desde o ano passado que os principais problemas são as festas clandestinas e as aglomerações no transporte coletivo e nos espaços públicos. Casos em que a Prefeitura não está se esforçando para fiscalizar. Lamentavelmente, a Prefeitura impõe mais sacrifícios ao comércio, mesmo reconhecendo que esse fechamento não está aumentando o índice de isolamento social na cidade”, afirmou.

Abrasel questiona a proibição do takeaway

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) questiona a proibição da modalidade de takeaway, anunciada na sexta-feira (12) pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Segundo o presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel, a opção de buscar almoço e jantar em restaurantes da cidade, além de ser uma alternativa para alimentar a população, principalmente aqueles que não têm familiaridade com plataformas de delivery, garante empregos de trabalhadores do setor, que atualmente só conseguem renda por meio do delivery e takeaway.

“Será mais um prejuízo para o setor que sofre desde o primeiro fechamento da cidade, há quase um ano, e pode acarretar ainda mais desempregos”, afirma. A Abrasel afirma que o takeaway para almoço e jantar não gera aglomeração nos estabelecimentos e questiona se essa proibição não acarretaria em ainda mais tumultos em supermercados da cidade.

“Há vários profissionais da saúde e dos demais serviços realmente essenciais que precisam se utilizar deste serviço e serão prejudicados. O takeaway deveria ser liberado pelo menos até às 22 horas”, defende.

Ainda sobre o pronunciamento do prefeito, a associação espera que as medidas de fiscalização sejam realmente implacáveis como anunciado pelo prefeito Kalil. “Já passava da hora dessa fiscalização. Vamos torcer para que funcione e abranja toda a cidade e não somente as regiões centrais, ela não pode ser seletiva”, afirma.

Matheus Daniel ainda pondera sobre a importância do fechamento: “Preferimos um fechamento severo de 10 dias, 15 dias, que seja realmente capaz de controlar o grave quadro da pandemia em nossa cidade enquanto a Prefeitura aumenta os leitos e compra vacina, do que vivermos nessa inconstância de abrir e fechar nossos negócios em um curto espaço de tempo, sem nenhuma previsibilidade”, completa.

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