Brasileiros optam por banco digital, PIX e pagamento por aproximação

Pesquisa da CNDL/SPC Brasil mostra que maioria dos brasileiros tem conta em banco físico e digital; falta de segurança ainda impede que mais pessoas utilizem novas modalidades

12 de janeiro de 2024 às 18h18

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Crédito: Adobe Stock

A transformação digital mudou processos em todas as áreas e também influenciou o comportamento dos consumidores no mercado financeiro. Nos últimos anos, os bancos digitais se popularizaram no País e colaboraram para o processo de bancarização da população. O resultado é que hoje, 94% das pessoas possuem conta em banco. E mesmo com os bancos digitais dominando fatia importante do setor, 60% mantém contas nos dois tipos de instituição. Mas o PIX é o queridinho dos brasileiros e a modalidade de pagamento mais utilizada no País.

Os dados são de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise. De acordo com os entrevistados, 18% possuem conta somente em banco digital (com destaque entre os mais jovens e nas classes C/D/E) e 16% somente em banco físico (principalmente nas classes A/B e os mais velhos).

Tarifas cobrados por bancos digitais e físicos

E, apesar da grande oferta dos bancos para abertura de novas contas, 65% dos consumidores afirmam pagar tarifas bancárias, principalmente para taxa de manutenção (35%), saque de dinheiro no caixa eletrônico (27%) e operações de crédito como transferências (21%). Por outro lado, 25% declararam que não pagam tarifas da conta corrente que mais utilizam.

Em relação à adesão dos pacotes cobrados pelos bancos, 32% dos consumidores admitem que assinaram contrato para desconto de tarifas, enquanto 43% não assinaram e 25% admitem não saber ou lembrar. Além disso, 27% declaram ter contratado algum serviço bancário em que foi atrelado a compra casada de outro produto como título de capitalização e seguros.

Sobre isso, o presidente da CNDL, José César da Costa, alerta que todo e qualquer serviço prestado pelo banco deve ser precedido de contrato. E que o contrato de abertura de conta corrente, por exemplo, não autoriza o banco, por si só, a cobrar tarifa de manutenção. “Uma vez caracterizada a cobrança indevida de tarifas, ao consumidor é assegurado o direito de solicitar não só a suspensão desta cobrança, mas também a restituição/devolução do valor pago deste título”, explica.

O dirigente também alerta que, mesmo depois de abrir uma conta corrente, ou a contratação de qualquer tipo de serviço bancário, é preciso manter-se atento às cobranças indevidas e reclamar ao banco sobre descontos não previstos. “Durante a abertura da conta, é possível adquirir um pacote de serviços essenciais sem nenhum custo”, frisa.

PIX domina os meios de pagamentos no ambiente digital

A pesquisa também revelou que os meios de pagamentos mais utilizados no País são o PIX (72%), cartão de débito (44%) e cartão de crédito (36%). Praticamente sem uso estão o Whatsapp (1%), cheque à vista e cheque pré-datado (ambos 0%).

Destaque para o PIX, que já faz parte do cotidiano do brasileiro e é utilizado principalmente para transferência para amigos e parentes. Para se ter uma ideia, 99% possuem chave PIX cadastrada e entre os que utilizam a modalidade, 65% usam sempre, 33% utilizam às vezes e 2% raramente.

De acordo com os entrevistados, entre os principais motivos de uso do PIX estão a rapidez e praticidade (60%), o valor ser transferido na hora (42%), ser bastante aceito nos estabelecimentos (27%) e segurança (26%). E os principais tipos de pagamento realizados via PIX são transferência para amigos e parentes (74%), compras na internet (53%), pagamento de prestadores de serviço (47%) e compras de alimentos/mercado (44%).

Na outra ponta, os consumidores que têm a chave cadastrada, mas não utiliza o meio de pagamento, admitem algumas barreiras, principalmente pelo medo de clonagem e roubo de dados (20%), não ser aceito pelas empresas (18%), e falta de confiança (15%).

Pagamento por aproximação surgiu na pandemia

O pagamento por aproximação é outra modalidade relativamente nova e cresceu ao longo da pandemia como consequência da necessidade de se evitar contatos físicos. Neste caso, 76% dos entrevistados já utilizaram este meio de pagamento, especialmente sob as justificativas de rapidez e praticidade. Eles citam também que, além dos cartões físicos, é possível fazer pagamentos aproximando o celular (33%) ou o smartwatch (4%).

Entre os que não utilizaram o pagamento por aproximação, as principais razões são a falta de confiança (51%), medo por não haver a necessidade de digitar a senha (26%), de não ter habilitado esta modalidade no cartão (23%) e medo de clonagem / roubo de dados (22%).

QR é novidade

No caso do QR Code, 82% já fizeram pagamento via esta modalidade, principalmente pela praticidade e rapidez. Desconfiança é a principal razão dos que não utilizam: 63% fazem pagamento às vezes, 20% raramente e 16% sempre.

O presidente da CNDL diz que diante da diversidade de opções de pagamentos, fica o alerta para o consumidor se manter atento à segurança das transações.

“No caso do PIX vale conferir sempre o destinatário para evitar transferências erradas, e nos pagamentos por aproximação ter um limite para esse tipo de pagamento para evitar problemas caso o cartão ou celular sejam perdidos, ou roubados”, conclui.

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