Mercado de trabalho impulsionou resultados da indústria, diz Fiemg

Entidade aponta que de janeiro a novembro de 2023 quatro de seis parâmetros analisados pelo Index cresceram

19 de janeiro de 2024 às 5h16

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Em 2024, demanda por produtos do setor industrial de MG deve continuar a ser influenciada pelo mercado de trabalho | Crédito: Divulgação

De janeiro a novembro de 2023 frente a igual intervalo do exercício imediatamente anterior, a indústria mineira registrou resultados favoráveis em virtude de vários fatores, mas, principalmente, devido a uma dinâmica surpreendente do mercado de trabalho. É o que aponta a economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Ellen Araújo. 

Conforme ela, quando 2023 começou, as perspectivas em relação à geração de empregos eram conservadoras, visto que os dados indicavam para uma desaceleração da atividade econômica brasileira. No entanto, o mercado de trabalho foi além das expectativas e colaborou para o bom desempenho do setor industrial. A especialista relembra que, ao término do terceiro trimestre, a taxa de desemprego no Brasil para esse período chegou a alcançar o menor nível desde 2014.

Aliado ao cenário positivo da criação de novos postos de trabalho, Ellen Araújo destaca que outros fatores foram responsáveis por elevar o poder de compra das famílias, contribuindo fortemente para o consumo de bens industriais. São eles: as medidas governamentais de transferência de renda e de renegociação de dívidas e o arrefecimento inflacionário. 

A economista realça que, na nova edição da Pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), realizada pela Fiemg, quatro dos seis parâmetros analisados registraram crescimento no período de janeiro a novembro. O faturamento da indústria no Estado cresceu 3,5%; o nível de emprego 4,7%; a massa salarial real 9,7% e o rendimento médio real 4,8%. Apenas as horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada do setor apresentaram quedas. 

Dados de novembro frente a outubro

Assim como no acumulado do ano, o levantamento divulgado pela entidade mostrou que a indústria de Minas Gerais apurou resultados positivos na passagem de outubro para novembro. Na virada do mês, a Index apontou um crescimento em cinco das seis variáveis averiguadas. A exceção, no período, foram as horas trabalhadas na produção das empresas, que ficaram estáveis. 

“O faturamento da indústria geral subiu 2,5%, puxado pela indústria de transformação. Também observamos uma alta na utilização da capacidade instalada e em todos os indicadores referentes ao mercado de trabalho. O nível de emprego aumentou 0,5%, após registrar estabilidade no mês anterior. A massa salarial cresceu (1,1%), devido ao pagamento da primeira parcela do 13º salário, e isso contribuiu para aumentar o rendimento médio real (0,6%)”, disse Ellen Araújo. 

Expectativa para 2024 é de desempenho moderado da indústria, conforme a Fiemg

Na avaliação da especialista, a demanda por produtos do setor industrial de Minas Gerais deve continuar sendo influenciada positivamente pelo mercado de trabalho, que continua aquecido, e por uma melhora das condições financeiras das famílias. Contudo, alguns elementos que atuam no sentido oposto, criam expectativas de desempenho moderado da indústria mineira em 2024.

O contido otimismo, de acordo com ela, se deve à Selic, que está e tende a seguir elevada por algum tempo, embora as análises apontem para novos cortes ao longo do corrente exercício. Vale frisar que a taxa sofreu quatro cortes de meio ponto percentual a partir de agosto de 2023, quando estava em 13,75%, encerrando o ano a 11,75%. Com a previsão de sequência no ciclo de redução nos próximos meses, o mercado financeiro estima que os juros encerrem 2024 em 9% ao ano. 

“Para este ano, temos um alto patamar da taxa básica de juros, que apesar das perspectivas serem de queda da Selic, ainda vai permanecer em níveis elevados, o que limita o crédito e restringe tanto os investimentos empresariais quanto a compra de bens duráveis, aqueles produtos que são mais dependentes de crédito e financiamento”, reitera a economista da Fiemg.

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