Demissão em massa ronda o setor aéreo

10 de julho de 2020 às 0h18

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Crédito: BH Airport / Divulgação

Enfrentando uma crise sem precedentes com o fechamento de fronteiras e a suspensão de voos por todo o Brasil em consequência do Covid-19, as companhias aéreas não param de demitir.

Apenas no Estado, quase 700 empregos estão em risco nas áreas administrativa, de manutenção, aeroportos e cargas das empresas Azul e Latam.

O Sindicato dos Aeroviários de Minas Gerais negocia alternativas para evitar as demissões.

As informações são do presidente do sindicato, Paulo de Tarso. Segundo ele, entre as opções estão licenças não remuneradas, programas de demissão voluntária e de aposentadoria.

“Estamos nos reunindo constantemente com as empresas para negociar alternativas e evitar novas dispensas. Considerando a redução drástica na malha viária em função da pandemia, apenas em Minas Gerais, o número de funcionários excedentes chegava a 149 na Latam e 545 na Azul, na última semana de junho”, explicou o presidente do sindicato.

Há informações de que apenas a Azul já demitiu 200 pessoas no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, localizado em Confins, na RMBH. E a Latam confirmou que, em Belo Horizonte, 88 colaboradores terão seus contratos de trabalho rescindidos.

Desse total, 72% representam funcionários que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária. Além disso, 41 outros colaboradores entrarão em Licença Não-Remunerada.

A companhia reforçou que suas operações em Minas Gerais são avaliadas constantemente e seguem sendo retomadas de forma gradual. E que existe a previsão de retomada da operação das rotas Belo Horizonte – São Paulo/Guarulhos e Brasília, além de Uberlândia – São Paulo/Guarulhos ainda este mês.

No caso da Azul, conforme Paulo de Tarso, os números representam 37% do total do efetivo da companhia no Estado, de 1.456 pessoas alocadas no Aeroporto da Pampulha, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, no aeroporto de Uberlândia (Triângulo) e no call center da empresa, na Capital.

“Os profissionais estão dispostos a negociar, pois sabem que a situação é complexa devido à pandemia. Os impactos no setor vieram muito fortes e ainda há a falta de ajuda do governo federal. As empresas estão tentando empréstimos junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desde o início da crise, mas sem sucesso”, ressaltou.

Companhias – Procurada, a Azul informou, por meio da assessoria de imprensa, que não está abrindo os números, mas confirmou que a empresa, assim como todas as outras do setor, está buscando soluções para enfrentar os desafios que a crise do novo coronavírus implicou nos negócios.

Disse que seu plano de recuperação inclui um trabalho com todos os stakeholders, como empresas de leasing, fabricantes de aeronaves, bancos e demais interessados, inclusive tripulantes.

A exemplo disso, citou o acordo celebrado com o Sindicato dos Aeronautas e com mais de dez sindicatos regionais, preservando assim mais de 5 mil empregos em todo o País.

“Mais de 2 mil tripulantes aderiram a programas voluntários acordados com os sindicatos, como os de incentivo à demissão, aposentadoria e licença não remunerada, ajudando ainda mais a empresa a preservar empregos durante este momento de crise”, completou.

Mas admitiu que, mesmo com as ações, parte dos funcionários está deixando a empresa nesta semana.

“A companhia ressalta que está cuidando do assunto da melhor forma possível e oferecendo todas as garantias previstas em lei. Além da multa sobre o FGTS, os tripulantes que aderiram aos programas de incentivo à demissão e aposentadoria também terão a continuidade do benefício de plano de saúde e o direito à utilização da malha aérea da Azul. Ainda, todos que deixarem a empresa terão prioridade na recontratação quando a companhia retomar seu crescimento”, finalizou.

Já a Latam disse que, em função dos efeitos causados pelo Covid-19 no setor aéreo, a empresa buscou, por intermédio de um novo Acordo Coletivo de Trabalho, formas de minimizar os impactos econômicos e principalmente os sociais, sempre procurando preservar os empregos. Por meio de nota, ressaltou que a empresa foi a única aérea a fechar o acordo com os Sindicatos dos Aeroviários, cuja proposta foi aprovada em Assembleia pelos colaboradores da Latam.

“O acordo contempla a implantação de PDV (Programa de Demissão Voluntária), com benefícios aos funcionários que aderiram; e de LNR (Licença Não-Remunerada), por no mínimo três meses e com garantia de estabilidade de emprego durante o período de licença”, destacou.

Leia também: Latam Brasil pede recuperação judicial nos EUA

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