Após mudança global, Toyota tem primeiro presidente brasileiro no país

Evandro Maggio substitui o peruano Rafael Chang

15 de fevereiro de 2024 às 8h50

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Crédito: Kim Kyung-Hoon/Reuters

São Paulo – A Toyota terá seu primeiro presidente brasileiro no mercado nacional. Evandro Maggio substitui o peruano Rafael Chang, que passa a ser o CEO da montadora para América Latina e Caribe.

Já o CEO anterior na região, o japonês Masahiro Inoue, foi nomeado presidente da Daihatsu Motor, divisão da fabricante que produz automóveis compactos e caminhões de pequeno porte. Ele está de mudança para Tóquio.

“Apesar de tantas turbulências políticas e econômicas, trabalhando firme com vocês, pude fazer tantos amigos”, afirmou Inoue em comunicado enviado aos funcionários. Ele é chamado de Massa pelos colegas do Brasil.

As mudanças foram confirmadas pela Toyota nessa terça-feira (13). A produção nacional teve início em 1958, com o jipe Land Cruiser, que foi rebatizado como Bandeirante no país.

Maggio está na Toyota desde 2005, onde começou na área de pós-venda. Em 2012, assumiu as divisões de “demand & supply” (demanda e oferta), marketing e planejamento de preço.

Os anos seguintes foram marcados pela crise econômica, e o executivo teve de voltar ao setor de pós-venda em 2015. Ele também ficou à frente da área de desenvolvimento da rede concessionária. Naquele ano, os emplacamentos de veículos registraram queda de 26,5% em relação a 2014.

Em 2017, Evandro Maggio foi para a sede da Toyota, no Japão. Sua nova função foi planejar o lançamento de automóveis da marca Lexus, divisão de luxo da montadora.

O retorno ao Brasil ocorreu em 2019, quando o executivo se tornou diretor de recursos humanos, administração e TI. No ano seguinte, passou a ser o responsável pelas áreas de compras e de pesquisa e desenvolvimento -cargo que deixa para assumir a presidência da empresa no país.

“Evandro é pai de duas meninas e apaixonado por esportes, viagens e culinária”, diz o perfil publicado no site da Toyota do Brasil.

O novo presidente estará à frente das três fábricas localizadas no interior de São Paulo, nas cidades de Indaiatuba, Sorocaba e Porto Feliz. Ao todo, a montadora emprega cerca de 6.000 pessoas.

Inaugurada em 1962, a unidade de São Bernardo do Campo (ABC) – que foi a primeira da empresa fora do Japão- teve as atividades encerradas no ano passado. As últimas peças foram produzidas em novembro.

A Toyota terminou 2023 com 146,9 mil unidades vendidas no mercado nacional, o que representa alta de 2,7% em relação ao ano anterior, segundo a Associação das Fabricantes de Veículos, implementos e maquinário agrícola (Anfavea). O número inclui a marca Lexus.

O resultado, contudo, foi inferior à média do mercado. De acordo com a Fenabrave (associação dos distribuidores), foram emplacados 2,18 milhões de veículos leves no ano passado, um crescimento de 11,3%.

Em busca de ampliar as vendas no país, a Toyota vai produzir um novo SUV compacto. O anúncio foi feito em abril e inclui um investimento de R$ 1,7 bilhão.

O carro, que deverá se chamar Yaris Cross, será lançado entre o fim de 2024 e o início de 2025. A motorização será híbrida flex, o que possibilita rodar com etanol, gasolina e eletricidade.

Por enquanto, a montadora é a única a oferecer essa tecnologia no mercado nacional: há versões Hybrid Flex na linha Corolla (sedã e SUV), com preço a partir de R$ 187.790. O grupo Stellantis promete entrar neste nicho ainda em 2024. Em 2025, será a vez da Volkswagen.

Embora seja pioneira em tecnologias híbridas – com mais de 20 milhões de unidades comercializadas no mundo desde 1997-, a Toyota é cautelosa em relação aos carros 100% elétricos. A empresa apresentou alguns modelos dessa categoria na edição 2023 do Salão de Tóquio, mas, em seguida, voltou a enaltecer seu portfólio atual.

“Em todas as regiões, a participação das vendas de híbridos aumentou, então, como uma solução realista, os híbridos ainda são preferidos pelos nossos clientes”, disse o diretor financeiro da Toyota, Yoichi Miyazaki, durante a divulgação de previsões sobre o ano fiscal, que se encerra em março.

A empresa investe ainda em modelos alimentados por hidrogênio e nas baterias de estado sólido, que chegarão aos carros no fim desta década e possibilitarão maior autonomia com menor tempo de recarga.

A estratégia para carros “emissão zero” da Toyota deve ganhar força quando esses novos acumuladores estiverem disponíveis. A montadora projeta vender 3,5 milhões de veículos 100% elétricos anualmente a partir de 2030.

Apesar de oferecer soluções híbridas flex no Brasil, o produto mais rentável da Toyota no país utiliza apenas motor a diesel. É a picape média Hilux, cuja produção está concentrada em Zárate, na Argentina.

Trata-se do modelo mais vendido de seu segmento, com 46,2 mil unidades emplacadas em 2023. O preço da opção cabine dupla começa em R$ 242.490, mas pode chegar a R$ 372.890 na versão GR-Sport. (Eduardo Sodré)

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