Margem de lucro de médias empresas aumentou em 2020

16 de dezembro de 2021 às 0h29

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Indústria foi setor que apresentou menor queda de faturamento na receita bruta (-2,13%) | Crédito: Fábio Vicentini

As margens de lucratividade de médias empresas de Minas cresceram em 2020, apesar da queda das receitas. Um levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral mostra que, em uma análise geral, a receita líquida das 97 empresas analisadas no estudo caiu, em média, 4,42% entre 2019 e 2020. Mesmo assim as empresas conseguiram sustentar ou crescer suas margens de lucratividade. Segundo o professor Eduardo Menicucci, da Fundação Dom Cabral, as margens estão relacionadas à receita (faturamento) das empresas e são calculadas através do DRE (demonstrativo de resultado do exercício). 

‘’São principalmente quatro indicadores de lucratividade; lucro bruto, que simplificadamente é a diferença entre a receita (vendas) líquida da empresa e os custos; Ebitda, que subtrai do lucro bruto as despesas; lucro operacional, que subtrai do Ebitda a depreciação e a amortização; e lucro líquido, que após o lucro operacional subtrai basicamente resultado financeiro e IRPJ e CSLL. Esse é o indicador de lucratividade mais ‘desejado’, conhecido como a última linha”, afirma Menicucci.

De acordo com o estudo, as empresas conseguiram aumentar os indicadores de lucratividade controlando fortemente custos e despesas e contando com alguns incentivos governamentais como, por exemplo, postergação de pagamento de tributos e de folha.

Além da melhora nas margens, os prazos operacionais das companhias também foram positivamente ajustados, de forma que o ciclo financeiro – que se refere ao tempo médio entre a aquisição de um produto até o recebimento da venda ao cliente – foi reduzido em, aproximadamente, oito dias, de 88,84 dias em 2019 para 80,65 dias em 2020.

Impactos nos setores da economia  

Dentre as empresas que participaram do levantamento, o setor da indústria foi o que apresentou menor queda de faturamento na receita bruta (-2,13%). Por outro lado, foi o segundo com maior crescimento no lucro líquido (184,77%) e manteve estável a quantidade de funcionários (0,66%).  O comércio teve suas receitas afetadas com queda de 3,99% em sua receita bruta. Porém foi o setor que mais efetuou contratações, com 19,95% de crescimento com relação a 2019. Já o setor de serviços foi o que mais sofreu em termos de receita. A bruta, por exemplo, apresentou queda de 18,54%. Também foi o setor que mais proporcionou redução de empregados (-18,67%).  

Decisões empresariais em 2022 

O estudo também buscou trazer aos gestores das médias empresas os principais fatores que devem ser levados em consideração no momento da tomada de decisões para as médias empresas no ano de 2022. De acordo com o professor associado da área de Estratégia da FDC, Gilmar de Melo Mendes, o aumento das taxas de juros, que chegou ao menor patamar histórico ao longo da crise e tem agora previsão para dois dígitos em 2022, terá impacto sobre o consumo e sobre o custo de financiamentos para empresas. ‘’Nesse contexto, a boa gestão de caixa, do ciclo financeiro e a escolha de bons projetos de expansão exigirá das empresas atenção e cuidados’’, disse.   

Além disso, Mendes lembra que a inflação deve ser o grande tema para 2022, no Brasil e no mundo. “O fenômeno inflacionário que estamos acompanhando é fruto de um movimento global, gerado por uma combinação de fatores, muitos deles não recorrentes. Da mesma forma ocorre no Brasil com o agravante do aumento de preços dos alimentos e do custo de energia ocasionado pela falta de chuvas”.  

O professor Eduardo Menicucci revela que 90% das empresas que foram ouvidas no relatório esperam manter ou aumentar as margens de lucratividade em 2022. ‘’Ainda não temos dados fechados de 2021, mas, como este ano foi menos restritivo que 2020, acreditamos que os números das empresas médias tenham sido ainda melhores que em 2020. Dessa forma, estamos otimistas para 2022, mesmo cientes que será um ano mais instável e volátil’’, finalizou.

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