Mercado vê tombo ainda maior do PIB em 2020
28 de abril de 2020 às 0h05
Brasília – A previsão de queda da economia este ano está cada vez maior, devido aos efeitos de medidas de isolamento social necessárias para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Pela 11ª semana seguida, as instituições financeiras revisaram a projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no País.
Desta vez, a estimativa de contração passou de 2,96% para 3,34%.
A informação consta do boletim Focus, com projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central (BC).
A previsão do mercado financeiro para o PIB de 2021 é de crescimento de 3%. A projeção anterior era de 3,10%. Para 2022 e 2023, a estimativa de alta continua em 2,50%.
A previsão para cotação do dólar é R$ 4,80, no final de 2020, a mesma estimativa da semana passada. E para o fim do próximo ano, a expectativa é de R$ 4,55, ante R$ 4,50 da projeção anterior.
Inflação – As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a previsão de inflação de 2020 pela sétima vez seguida. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 2,23% para 2,20%.
Para 2021, a estimativa de inflação foi mantida em 3,40%. A previsão para 2022 e 2023, não teve alterações e permanece em 3,50%.
A projeção para 2020 está abaixo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.
Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual em cada ano.
Selic – Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Segundo o BC, para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic caia para 3,25% ao ano, em maio, e para 3% ao ano, em junho, e termine 2020 neste patamar.
Para o fim de 2021, a expectativa é de que a taxa básica chegue a 4,25% ao ano. A previsão anterior era de 4,50% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa está em 5,88% ao ano, ante 6% ao ano, na semana passada. Ao final de 2023, as instituições mantiveram a previsão em 6% ao ano. (ABr)