Negociação com fornecedores e salários em dia favorecem cenário da captação de órgãos no Hospital Municipal de Contagem

31 de agosto de 2021 às 15h04

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Crédito: Divulgação

Nas últimas semanas o Hospital Municipal de Contagem foi cenário de histórias de amor e doação. Se para três famílias o momento foi de muita perda e dor, para outras sete o gesto significou uma nova chance de vida. A família de um paciente doou o fígado, outras três doaram córneas.

O Hospital Municipal de Contagem é uma das instituições que fazem captação de órgãos em Minas Gerais. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) existe, no Brasil, cerca de 400 equipes médicas cadastradas para realizar transplantes de órgãos e tecidos, como rim, rim/pâncreas, fígado, coração, pulmão, medula óssea e córnea, entre outros.

A captação desses órgãos só foi possível devido à intervenção que a Prefeitura de Contagem fez no Complexo Hospitalar do município. Com o salário dos médicos em atraso e em dívida com os fornecedores, faltava antibiótico, medicamento estratégico, necessário para manter o corpo do doador em boas condições até que todas as etapas sejam concluídas e o órgão seja transplantado.

Dois meses e meio após a intervenção, a situação dois problemas estão praticamente solucionados. Até novembro todos os salários estarão quitados e mais de 80% da dívida com os fornecedores será paga, cenário propício para que o número de captações de órgãos continue a crescer.

Covid

Além da má gestão, outro fator que impactou no baixo número de doadores no Hospital Municipal foi a pandemia de Covid, fato se repetiu em outros hospitais no Brasil e no mundo. Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que desde o primeiro óbito por Covid-19, no Brasil, no dia 17 de março, até o dia 30 de junho de 2020, ocorreu uma redução de 33% da doação de órgãos, 49% no número de transplantes de todos os órgãos e 45% em inscrições em lista. Quando o cenário é analisado por órgão, o pulmão foi o mais impactado (85%), seguido do pâncreas (65%), coração (62%), rim (50%) e fígado (39%).

Quem pode doar

Um doador pode doar vários órgãos e tecidos. Se for levado em consideração apenas os órgãos, uma única pessoa pode salvar até dez pessoas que estão na fila de espera. Quando se trata de tecidos, – pelo, ossos, tendões e córneas – esse número sobe para dezenas de pessoas. Por isso é muito importante que a taxa de doadores não caia.

Desafios

O Brasil é o segundo país no mundo em número absoluto de transplantes, os números poderiam ser ainda melhores se os familiares autorizassem as doações. Atualmente, cerca de 30% das famílias recusam a retirada de órgãos para a doação. No Brasil, só quem pode autorizar a doação de órgãos são os parentes até segundo grau, ou seja: pai ou mãe, filhos, avós, netos ou cônjuges. Por isso, é tão importante expressar, para os parentes mais próximos, a vontade de ser um doador.

MG Transplantes

Para a realização do transplante, há uma lista única em Minas Gerais, sob a responsabilidade do MG Transplantes. Para que o transplante ocorra são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho do órgão e do paciente), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, dentre outros critérios.

Setembro Verde

A campanha “Setembro Verde” tem como objetivo esclarecer e incentivar as pessoas a manifestarem para seus familiares a intenção de ser doador. Pela legislação brasileira, a autorização para doação de órgãos deve ser realizada por um parente de primeiro ou segundo grau, sendo pai ou mãe, filhos, avós, netos ou cônjuge.

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