Startups se firmam como fornecedoras para mineradoras

A criação de aglomerados sustentáveis a partir de rejeitos de bauxita e um mecanismo que detecta, de imediato, rasgos em correias foram dois exemplos de produtos criados por startups para mineradoras apresentados no painel “Mining Hub | Pós Doc – Desafios e oportunidades “ , no segundo dia da EXPOSIBRAM 2021, que acontece até 7 de outubro, 100% online e gratuita.

Iniciativa de inovação aberta voltada a todos os integrantes da cadeia de mineração, o Minig Hub – apresentou os cases da Prronto!, startup que trabalhou junto à CBA, e da LLK, que atuou no desenvolvimento de soluções para a Vale. Custo menor e agilidade maior no desenvolvimento e na implantação de soluções são os principais atrativos apontados pelos envolvidos nesse processo. O Mining Hub tem o apoio do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

Roberto Seno, da CBA, informou que, a partir da demanda da empresa de reaproveitar rejeitos de bauxita, a solução encontrada pela Prronto! resultou em 4,5 toneladas de material processado, transformados em aglomerados de diferentes tamanhos, para serem usados como blocos ou em pavimentação. Segundo ele, o resultado foi tão positivo que novos produtos estão a caminho, com duas áreas-piloto para validação de produtos em fase de instalação, na empresa.

“A startup gerou aplicações factíveis com visão de negócio sustentável. A inovação veste o jaleco de vendas. Você está vendendo uma ideia e essa ideia precisa ser vendida de forma correta para a empresa. Para cada estágio do desenvolvimento do produto é preciso ter os entregáveis sólidos como manuais, documentos e cálculos de engenharia. Isso agiliza o trabalho, unifica a informação. Queremos continuar nesse processo”, contou Seno.

Na Vale a “dor” a ser solucionada estava na raiz do que é tido como maior custo para a mineradora relacionada com quebra de equipamento que é, segundo Júlio Barbosa, os rasgos constantes de correias. A proposta apresentada pela LLK passou pela construção de uma correia-piloto, em um galpão, para testar a solução sugerida, baseada em análises de vídeo.

“Foram feitas 400 simulações na correia-piloto e a solução apresentada se mostrou com um custo adequado em relação ao mercado. Em um mês de implantação, já deu resultado quando um rompimento de correia foi detectado em apenas 1 segundo. Vamos implantar soluções em outras operações, em breve”, informou Barbosa.

Luis Henrique Machado, da LLK,  observou que essas parcerias estão representando uma “quebra de paradigma” em termos de fornecimento clássico de equipamentos para indústrias de base. Segundo ele, o trabalho com a Vale se mostrou vitorioso porque a mineradora “abraçou a ideia”:

“A Open Inovation é um caminho sem volta. As grandes empresas ainda tentam fazer o fornecimento clássico e estão perdendo mercado aos poucos. O trabalho com uma startup gera custos um sétimo menores. Mas é possível trabalhar em parceria com as empresas tradicionais”, comentou Machado que desenvolveu seu produto para a Vale junto com a Martin Engineerin, uma parceria que já dura dois anos.

Na opinião de Abdias Magalhães Gomes, da Prronto!, o que as startups estão fazendo é buscar soluções que estavam “na prateleira da academia”. Segundo ele, o segmento está sendo “inteligente” ao se associar a pesquisadores “que não sabem transformar inovação em negócio”.

“O princípio de tudo é trabalhar com lógica, técnica e simplicidade. O resto é derivado”, disse, lembrando que há linhas de fomentos para startups e grandes investidores-anjos que começam a prestar atenção nessa movimentação.

Para saber mais sobre o que foi debatido neste painel assista à gravação no ambiente virtual da EXPOSIBRAM. É só fazer a inscrição gratuita.

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