Educação financeira quer formar crianças conscientes

Realizado pela Escola da Família Empresária, projeto propõe uma abordagem multidisciplinar e com foco familiar

29 de março de 2024 às 6h30

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70% das pessoas gastam todo ou mais dinheiro do que ganham, isso representa 150 mi de brasileiros que não têm controle | Crédito: AdobeStock

Voltado para a educação financeira de crianças de oito a 13 anos, o curso “Finanças para pequenos herdeiros”, realizado pela Escola da Família Empresária, propõe uma abordagem multidisciplinar e com foco familiar para ajudar o público infantil a lidar com o dinheiro de uma maneira descomplicada e consciente. 

De acordo com a consultora e especialista em famílias empreendedoras, Juliana Costa Gonçalves, trabalhando há 20 anos com famílias empresárias, ela já se deparou com muitos herdeiros que não conseguem lidar bem com o dinheiro. 

“Muitos herdeiros são despreparados, imaturos para essa relação e, depois de adultos, é muito difícil e sofrido mudar isso. Daí a ideia do curso. Muitos jovens simplesmente não sabem o valor do dinheiro, são reféns da facilidade e do conforto. É fundamental que sejam estabelecidos limites claros, que os herdeiros desenvolvam a noção de recursos finitos e tenham que fazer escolhas e encontrar suas próprias alternativas na busca do que desejam”, explica Juliana Gonçalves. 

A vivência da especialista é corroborada por estudos importantes. De acordo com um levantamento do Banco Central e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 70% das pessoas gastam todo ou mais dinheiro do que ganham. Isso representa 150 milhões de brasileiros que não têm controle sobre a própria vida financeira e podem estar a um passo de entrar no vermelho.

consultora e especialista em famílias empreendedoras, Juliana Costa Gonçalves
Muitos herdeiros não conseguem lidar bem com o dinheiro, afirma Juliana Costa Gonçalves | Crédito: Vinicius Matos

De acordo com uma pesquisa realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 45,8% dos entrevistados não realizam um controle sistemático do seu orçamento, sendo que 29,3% o fazem apenas ‘de cabeça’ – ou seja, recorrem a um método pouco confiável para organizar suas finanças. O levantamento mostra, ainda, que mais da metade dos brasileiros – 52% – reconhece a falta de organização para lidar com o próprio dinheiro.

Coordenador-técnico do curso e autor da coleção de livros “Meu Dinheirinho”, dedicada às crianças, Carlos Eduardo Costa, destaca os quatro pilares da educação financeira: 

  • Ganhar: ensinar aos pequenos herdeiros os valores do trabalho e como podem começar a ganhar o seu próprio dinheiro de forma responsável.
  • Gastar: a importância de fazer escolhas inteligentes ao gastar dinheiro e como isso pode afetar os nossos objetivos financeiros a longo prazo.
  • Poupar: estratégias para diminuir as nossas necessidades e como podemos poupar dinheiro para o futuro.
  • Doar: inspirar os pequenos herdeiros a serem generosos e a darem de volta à comunidade, mostrando-lhes como podem fazer a diferença nas vidas dos outros.

“Vamos trabalhar a educação financeira de forma lúdica e respeitando a maturidade da criança. Teremos momentos coletivos e momentos com o núcleo familiar. É importante envolvermos os pais porque os filhos aprendem a partir do exemplo dado em casa. Hoje as crianças participam da vida financeira da família. Se elas têm uma relação saudável com o dinheiro, isso melhora a vida da família como um todo. Quando a gente fala de famílias empresárias, são crianças que terão muitas oportunidades. Se elas forem educadas financeiramente, vai ser mais fácil que façam escolhas melhores no futuro”, afirma Costa. 

As aulas tratarão de temas como:

  • Para que serve o dinheiro.
  • De onde vem o dinheiro (a importância do trabalho como fonte de renda).
  • Qualificação como fator de geração de mais renda.
  • O real valor do dinheiro.
  • Controle de gastos.
  • A necessidade de consumir com consciência.   
  • O problema de gastar mais do que se tem (endividamento).
  • Desejo X Necessidades.
  • A importância de poupar para realizar objetivos.
  • Presente X Futuro.
  • Importância do doar e compartilhar.
  • Doação não material.

Também serão propostos desafios para serem cumpridos em família e em grupo, como uma campanha de doação e uma visita ao supermercado.

São 35 vagas e o curso começa em abril. As inscrições podem ser feitas pelo link.

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